FRASES "FAMOSAS"!
De todas as frases sabiamente postas a circular por aqui, distingo duas:
«Uma vaca só come erva; portanto é um grande vegetal.» «Deus é uma pessoa que...».
À primeira, nem faço comentários, nem vale a pena. Quanto à segunda, essa, sim, merece que teça algumas considerações.
Li uma frase, não sei onde, que dizia isto: «Não digas que só amas a Deus, se não amares teu irmão. Se não amares teu irmão, que conheces, como podes amar Aquele que nunca viste?»
Bom! Isto de dizerem que Deus é uma pessoa, confesso que gostava mesmo que fosse verdade, podia ser que, um dia, passasse aqui por onde moro e me convidasse para um cafezinho e dois dedos de conversa...
Já li e acredito que Deus não tem forma física, mas, paradoxalmente, tem todas as formas, porque está em tudo: de contrário, nada exista.
Deus é dual: comporta o Mal e o Bem. Se Ele não sustentasse o Mal com a Sua energia, este não existia.
Ora, sendo Deus Energia e ministrando-a, dá algo de Si. O objecto ficou com uma parte de Deus.
Portanto, para onde volvermos nosso olhar, vemos Deus.
Jesus deixou-nos várias pistas: «Sede perfeitos como Meu Pai é perfeito»
«Homem, conhece-te ti mesmo»
«Não sabeis que sois Deuses?»
«Aproxima-te de Deus e Ele se aproximará de ti»
«Sabei a Verdade e ela vos libertará»
E, para os que não andavam com a Lei e cometiam pecado graves: «Vós sois filhos do Diabo, que é o pai da mentira!»
Ora, isto significa que, se aqueles eram os filhos do Diabo, nós somos filhos de Deus.
Quando a humanidade começou a evoluir, a meditar em algumas da frases bíblicas, descobriu o que significa «entrar no seu quarto quando quiser falar com Deus, Ele ouvirá´o crente e lhe responderá, ao invés de ficar no meio da praça, em pé, para que todos vejam». Como a maioria já acredita na espiritualidade, o quarto a que se faz referência é o chakra do nosso coração. Os Mestres da Sabedoria o confirmam.
Com as nossas orações, recebemos mais energia, mas este extra_ digamos assim_ deve ter aplicação: Os Mestres assim o explicam.
Se nada mais fizermos do que o trivial, comer, dormir, trabalhar, passear e por aí fora, assumimos a posição descrita na Bíblia sobre os talentos postos ou não a render, neste caso, somos aquele que nada acrescentou de valor ao que lhe foi entregue.
Se nossas acções forem úteis, devolvemos algo para ficar guardado nos nossos tesouros no Céu.
A Bíblia não é aquele «monstro» que deva ser detonado, não, senhor! Tem é que ser lida com Sabedoria, descodificada e termos capacidade de ignorar os «acrescentos» segundo conveniências e "ler"o que lhe foi retirado, pelos mesmos motivos.
Assim sendo, quando oramos a Deus ou praticamos qualquer acção, automaticamente sai energia de nós para cumprir a nossa «ordem»_ satisfazer nosso livre-arbítrio_ seja coisa boa ou ruim, para a Grande Lei não importa, segue o destino do pedido.
Devido a isso, há que se ter muito cuidado e não orar, pedindo uma coisa, mas
pensando noutra, porque é mesmo o nosso pensamento que a Lei capta_ a sinceridade_, não as palavras vazias, falsas.
Foi devido a isso que um sacerdote, uma vez, disse numa Missa que conhecia muito bem aquelas pessoas que estavam lá para rogar pragas entre o Cálice e a Hóstia, mas que não podia pô-las na rua.
Elas sabiam muito bem o que faziam, mas desconheciam a Lei do Retorno. Por isso, todos os dias nos deparamos com tragédias e pessoas que conhecemos e temos por muito boas pessoas, a sofrerem muito, mas sabemos lá do que são capazes. Mas, atenção, andam por cá muitos santos e mártires a sofrer, devido a optarem, ou por esgotar seu karma mais rapidamente ou para ajudarem a humanidade, os Amados Mestres o confirmam. Até existem mendigos para nos despertarem para as necessidades dos outros e para valorizarmos mais o que temos.
Vou terminar, exemplificando com algo que se passou comigo.
Num dia daqueles em que nos sentimos insatisfeitos sem motivo, saí da camioneta para apanhar o comboio e, na vez de seguir em frente e entrar na primeira carruagem, como sempre fizera, voltei para trás e encaminhe-me para a cauda . Comecei olhar para dentro dos caixotes, a ver se encontrava um jornal limpo para ir lendo até chegar o comboio. Apareceu, vindo do lado oposto, um homem a arrastar-
se em canadianas, chamou-me e ofereceu-me um pacote de bolachas. Surpreendida, agradeci, disse que tinha acabado de tomar o pequeno-almoço.
O que ouvi a seguir arrepiou-me, compreendi por que me apareceu ali aquela
pessoa, que nunca vira antes e não voltaria a ver depois, apesar de viajar há mais
de 40 anos naqueles comboios: «Vá, aceite, não tenha vergonha de dizer que tem
fome... Nós, os sem-abrigo, temos de ser solidários... Coma umas bolachinhas...
Eu bem a vi a procurar comida nos caixotes.»
Naquele momento, senti vergonha de mim própria, da minha ingratidão para com a
vida... Tirei uma banana da mochila e dei-lha, explicando que procurava jornais.
Ele agradeceu e ficou com ela. Eu pedi perdão a Deus pela minha ingratidão e
agradeci-lhe por tudo de bom que sempre me deu.
Florinda Isabel
,