A GRANDE FRASE DA MODA NA
INTERNET: «MUDA E O MUNDO MUDARÁ»
Sim, é o conselho (quase) geral,
quando nos manifestamos contra algo que está mal na sociedade. Não se deve
apontar nada errado, pois é considerado um julgamento, uma crítica... E até
mesmo os ateus_ que se fazem crentes quando lhes convém_ se lembram de Deus
para reforçarem a sua "tese" de não-julgamento: «Não Julgueis. Está
na Bíblia»!
Mas, como são quase todos
activistas dos direitos dos animais, "esquecem" a Bíblia, deixam de
ser crentes e voltam a ser ateus, quando protestam junto dos matadouros: «morra
este, morra aquele, comedores de carne, expludam!». Até insultam as mães dos
tais comedores, sem pensarem que podem estar a ofender alguém que já não esteja
vivo...
Afinal, se eles mudaram para o vegetarianismo,
não lhe bastaria ficarem quietinhos junto dos que ainda não mudaram, para que
só a sua presença de "gente do bem" os mudasse?
E podiam levar os seus animais de
estimação, seus gatos, seus cães, seus leitões... para que se fizessem todos
vegetarianos. Sim, sim! Leitões, estes últimos já posam para o vídeo, deitados
em cama de casal, com a dobra do lençol bordada a aconchegá-los... em quarto mobilado! E alguns até aparecem de
pijama!
Depois de levarem muitos gostos e
comentários, tipo: «Que diferença há entre um leitãozinho e um cão ou um gato?
Não ao especismo!», e de se divertirem bastante, provavelmente vão para um
curral durante mais umas semanas, depois viram bifanas... Conheço tantos
activistas que lutam pelo encerramento dos matadouros, mas sei que apreciam o
bom churrasco...
E, se encerrarem os matadouros e
a produção intensiva de frangos para abate, como é que vão colocar na internet os
vídeos a abrirem as latinhas e a despejarem os nacos de carne com molho para os
recipientes, para os seus gatinhos e
cãezinhos comerem?
Recentemente, uma activista fora
o comum, uma estudiosa, veterinária, chamou a atenção para o facto de as pessoas
terem dentro de suas casas animais que, antes, eram livres, autónomos, não
estavam trancados em casa, buscavam algum do seu alimento, como, por exemplo, o
caso dos gatos, caçavam os ratos, era tudo mais em harmonia com a natureza, alimentavam-se de carne, ajudavam a diminuir
essa praga, embora também comessem da comida dos donos; agora, descaracterizados
que foram dos seus instintos naturais, estão totalmente dependentes dos
humanos. E eu acrescento: e alguns humanos nem já cozinham, recorrem à comida
empacotada para si próprios. E para os seus animais vai granulado e latinhas de
conserva. Acaso um ser humano seria saudável a viver o resto da vida de comida
enlatada? Os animais também não. Mas chegámos a um ponto, em que só o facto de
alguém dizer que alimenta o seu animal com restos da sua comida (nem se
preocupam em saber que quantidade existe nesses restos), é motivo para assinarem
uma petição a fim de tirar o infeliz de casa desse tutor malandro! Sim, tutor. Tutor, protector, mamã, papá, o
termo "dono" acabou, não somos donos de nenhum animal.
Mas a verdade é que alguns dos
animais de companhia nunca foram tão escravizados como agora, têm que se vestir
como os humanos, dormir como os humanos, a liberdade dos cães se enroscarem com
a ponta do nariz a tocar no "orifício" acabou; a liberdade de
correrem e irem à caça para eles, acabou. A liberdade de serem eles próprios, e
não uns fantoches, exibindo pendurezas ou laçarotes no pêlo e repuxadas
trancinhas, acabou; alguns já morreram, após suas "mamãs" os pintarem
da cor com que pintaram os seus próprios cabelos...
Sim, temos de mudar aquilo que
nossa consciência nos acusa de estar errado; mas daí, a acreditarmos que
conseguimos mudar os outros, só com a nossa presença mudada, vai uma grande
distância. Eu, por exemplo, não fumo, nunca fumei, e não consigo mudar os
viciados, que se sentam ao meu lado de "tocha" acesa, a fumegar para
cima de mim, nas paragens dos transportes públicos, obrigando-me a ter de optar
entre ficar ali a suportar o livre-arbítrio dele ou ir para a chuva, até chegar
o transporte... Por que é que eles não mudam junto de mim, que não fumo?
05/01/2017
Florinda Rosa Isabel
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