O Masculino e o Feminino - 09 Agosto, 2016
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23:02 (há 17 horas)
A todos, a nossa saudação.
Caros Amigos,
Como habitualmente às terças-feiras, partilhamos o texto que aleatoriamente foi selecionado, esperando que vá ao encontro da necessidade da maior parte de vós. O livro hoje selecionado foi O MASCULINO E O FEMININO - Princípios da Criação, do Mestre Omraam Mikhaël Aïvanhov, Colecção Prosveta.
Parte do 5º. Capítulo - COMO MELHORAR AS MANIFESTAÇÕES DO AMOR
Com o decorrer das eras, o conceito de amor evoluiu. Os primitivos comportavam-se neste domínio com uma violência, uma brutalidade e uma sensualidade indescritíveis. Eram oceanos desenfreados, vulcões em erupção. Com o tempo, com o despertar da consciência e da sensibilidade, novos elementos se juntaram: a ternura, a subtileza, a delicadeza... No entanto, ainda hoje, na maioria dos casos, o amor continua a ser uma manifestação primitiva.
O amor passional, instintivo, que se praticou durante milénios, gravou-se tão profundamente no homem que ele agora não sabe como refiná-lo, como torná-lo mais nobre, e, por enquanto, amar continua a parecer-se com uma carnificina: as pessoas atiram-se umas sobre as outras, brutalmente, sem preparação, sem estética, sem poesia. Têm fome e então comem, regalam-se e ficam saciadas por um tempo; depois, voltam a ter fome e novamente se atiram à comida. Muitas, mesmo as que pertencem a uma sociedade que se diz culta, praticam o amor como selvagens: sem qualquer poesia, qualquer beleza, qualquer harmonia, nada...
Elas devoram-se! E, mesmo que se esforcem por oferecer ao seu parceiro um comportamento mais requintado, isso ainda não é o verdadeiro amor, são apenas uns adornozinhos.
O amor é um impulso magnífico, mas misturam-se nele imensos elementos passionais que impedem o aparecimento da sua verdadeira natureza...
Observai os animais quando nascem: um cãozinho, um vitelinho, um cabritinho... Eles não estão muito asseados e a mãe limpa-os. E também se dá um banho às crianças recém-nascidas. Pois bem, com o amor deve-se fazer a mesma coisa. O amor é um filho divino, porque em toda e qualquer forma de amor existe Deus, mas é preciso limpar o amor, purificá-lo, educá-lo, reforçá-lo, libertá-lo, para se descobrir a Divindade. Mesmo o amor mais egoísta, mais inferior, mais sensual, contém uma quinta-essência divina, mas coberta com demasiados elementos heteróclitos, porque, no seu trajeto, ele teve de atravessar certos lugares que não estavam nada limpos: chaminés, caminhos lamacentos...
Mesmo as melhores coisas que vêm do Céu têm de atravessar as camadas que nós acumulámos; pensamentos e desejos inferiores, e toda a espécie de elucubrações mentirosas. Por isso, por agora elas estão envolvidas em sujidade; são pedras preciosas que precisam de ser limpas. Enquanto o homem não pensar em purificar-se, todos os impulsos, ímpetos e forças vindos do Céu serão deformados.
O amor é a vida divina que desce às regiões inferiores para as invadir, as regar, as vivificar. É a mesma energia que a energia solar, a mesma luz, o mesmo calor, a mesma vida, mas, ao vir até nós como um rio, carrega-se com as impurezas das regiões que é obrigada a atravessar. Ela brotou, pura e cristalina, do cume das altas montanhas, mas tornou-se irreconhecível por causa da sua descida às camadas inferiores, entre os humanos, que consideram o amor unicamente como um meio de ter prazer ou de perpetuar a espécie.
Então, põe-se a questão: posto que se trata de uma energia divina, a mais poderosa e a mais essencial, como torná-la de novo tão pura como era no começo, na sua origem?... Primeiro, deve-se saber que o amor tem milhares de graus, ou degraus, do mais grosseiro ao mais subtil, e que é possível subir esses degraus. Pelo pensamento desperto, pela atenção concentrada, por um controlo inteligente, pode fazer-se um trabalho sobre si próprio para que esta energia se torne de novo tão límpida como a luz do sol e aja beneficamente por toda a parte onde passar, em vez de demolir e de destruir. Há, pois, algumas regras a conhecer, mas, para as aplicar, não tereis de esperar até ter a vossa amada nos braços durante o amor. Elas devem ser aprendidas nas atividades quotidianas, muito antes de se desencadearem os processos do amor.
Tomemos um exemplo. Todos os dias vós deveis comer. Mas, quando estais à mesa, não engolis tudo o que tendes no prato; fazeis escolhas. Sejam mariscos, peixes, queijos, legumes ou frutos, há sempre alguma coisa grosseira ou indigesta que se deve lavar ou deitar fora. O homem, que é mais evoluído do que os animais, faz escolhas na comida; os animais não fazem. Mas, quando se trata de sentimentos e de pensamentos, ele já não faz qualquer seleção, engole tudo. Porquê? Por que é que os seres que se amam, quando querem abraçar-se e beijar-se, nunca pensam em eliminar primeiro as impurezas daquilo que vão “comer”? Muitas vezes, nos seus sentimentos, nos seus beijos, eles deixaram infiltrar-se germes de doenças e de morte que a sua inconsciência não lhes permitiu ver e eliminar.
Sim, a morte infiltra-se no amor inferior, o amor estúpido em que não há consciência, nem controlo, nem luz. E é este amor que, por todo o lado, é tão cantado, louvado, glorificado! Ninguém conhece um outro amor e, se falardes dele, as pessoas olharão para vós pensando que estais loucos.
Tudo começa pela nutrição. Antes de ir para a mesa, lava-se as mãos e, antigamente, até se dizia uma oração para convidar o Senhor a partilhar a refeição. Talvez ainda haja camponeses que continuam a fazê-lo, mas as pessoas cultas acabaram com essas tradições. É a isto que a inteligência e a cultura conduzem os humanos!... Lavar as mãos e convidar o Senhor para a mesa eram práticas que continham um sentido profundo, e os Iniciados que as introduziram queriam dizer aos seus discípulos:
«Do mesmo modo, antes de amar um ser, antes de o tomar nos braços, convidai os anjos a participar nesse banquete; mas, primeiro, lavai as mãos, isto é, purificai-vos, tende a vontade de não sujar esse ser, de não lhe passar as vossas doenças, o vosso desalento, a vossa tristeza.»
Mas, em geral, como é que as coisas se passam?
O rapaz está infeliz, “nas lonas”, e, para se reconfortar, tem necessidade de abraçar e beijar a sua namorada. Então, o que é que ele lhe dá? Ele tira-lhe tudo – as forças, a alegria, as inspirações – e em troca só lhe dá sujidades! Em tais circunstâncias, ele não devia abraçá-la, mas sim pensar: «Hoje estou pobre, miserável, sujo. Então, vou preparar-me, lavar-me e, quando estiver verdadeiramente em bom estado, irei levar-lhe a minha riqueza.»
Nunca se pensa assim, mas no futuro, quando houver compreensão, ficar-se-á envergonhado e enojado ao ver a fealdade com que se amou os outros.
Vós direis: «Mas toda a gente faz assim; quando se está triste, tem-se necessidade de ser consolado.»
Não é porque toda a gente é inconsciente e egoísta que vós também deveis sê-lo! No futuro, todos aprenderão a amar como o sol, como os anjos, como os grandes Mestres, que, no seu amor, jamais tiram; pelo contrário, eles dão sempre.
capa do livro
Até breve!
09 de Agosto, 2016
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