Teoria do Campo-Caminho Unitário - II - 10 de Janeiro 2017
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Caros Amigos,
No passado domingo enviámos uma newsletter avisando da existência de um novo DVD com mais uma Conferência do Mestre Omraam Mikhaël Aïvanhov, legendado em Português. Aceitamos os v/ pedidos até ao próximo domingo, pois faremos a encomenda global à Prosveta na 2ª. feira, dia 16.
Como habitualmente às terças-feiras, partilhamos mais um texto que aleatoriamente foi selecionado, esperando que vá ao encontro da necessidade da maior parte de vós. E hoje foi selecionado o livro II da obra com o título genérico TEORIA DO CAMPO-CAMINHO UNITÁRIO, "O HOMEM: A NATUREZA E A CULTURA - Organismo e organismo social, o indivíduo e o sistema ", de Fernando Pereira Nogueira, inserido na Colecção "Saberes".
Páginas 160 a 164:
As vanguardas podem desempenhar um papel importante nos limites do que dependa da vontade e do livre-arbítrio, donde, a esse nível, também se fazer sentir a resistência conservadora. No entanto, tanto o impulso como a resistência à mudança, dizem mais respeito à forma como se vai desenrolar a transformação estrutural do que à própria transformação da estrutura. Esta tem um carácter necessário e depende das próprias leis da natureza. O homem pode – e tem uma margem cada vez mais acrescida para o exercício da sua liberdade – harmonizar a sua conduta ao necessário, ou pode ser forçado pelo próprio “poder” das leis da natureza independentemente do grau de conhecimento que, em cada momento, tiver delas. Uma História cada vez mais voluntária continua, apesar disso, sempre limitada, e a resistência conduz inevitavelmente a uma situação de desorganização, de desordem, de apodrecimento de estruturas. E chega um momento em que as medidas que se tomam para suster a nova estrutura, se situam já nos limites dessa mesma estrutura. O processo de socialização-concentração-interdependência é relativamente independente do sistema social. Assim, a contradição que mais se evidencia não se situa tanto no plano do desenvolvimento das forças produtivas como no da apropriação. A socialização tem-se desenvolvido no sistema capitalista, e as multinacionais representam uma tendência para a planetarização económica e social, para a economia mundial. E o alto nível de desenvolvimento das forças produtivas no sistema capitalista, tem conduzido a um mais acrescido desajustamento entre essa realidade e a resistência social à mudança, com o inevitável bloqueamento do deslocamento da tendência à dominância. Mas isto não significa que o capitalismo se vá transformar em socialismo. Com efeito, o estádio de desenvolvimento das forças produtivas não sendo independente do estádio de organização político-social, é-o, no entanto, do sistema social, isto é, quanto ao seu carácter mais individualista ou mais sistémico. Na realidade, a um dado estádio de desenvolvimento das forças produtivas corresponde inevitavelmente um estádio específico de organização político-social. Mas este estádio de organização político-social pode, sempre, assumir-se como de carácter mais individualista ou mais sistémico. É assim que à sociedade industrial corresponde tanto o sistema capitalista como o socialista. Por isso, o capitalismo e o socialismo não divergem quanto ao tipo de sociedade (o estádio de desenvolvimento das forças produtivas e de organização político-social) que é a sociedade industrial, mas simplesmente quanto à forma mais individualista ou mais sistémica. Mais harmónica ou mais desajustadamente ao estádio de desenvolvimento das forças produtivas, corresponde um progressivo deslocamento da tendência à dominância socialmente dominante e uma transformação ao nível da forma de organização político-social. Mas, evidentemente, isto não significa transformação necessária de um sistema individualista em sistémico ou vice-versa, se bem que vá havendo uma progressiva interpenetração dos sistemas, e que, alternadamente, um sofra as influências do que se apresente momentaneamente em posição de dominância. E do mesmo modo que, ontem, a oriente se saltou do feudalismo para o socialismo como alternativa à expansão capitalista, também, hoje, (até quando?) ante a pressão do socialismo ainda em fase de expansão, o capitalismo está em refluxo e se transmutando. E é indubitável que nos países capitalistas mais desenvolvidos está germinando um outro tipo de sociedade que talvez venha a dar os primeiros frutos em elos fracos da periferia. Na realidade, o salto ao nível do tipo de sociedade e de apropriação, não implica a transformação de um sistema noutro mas a transformação de ambos. Assim, se no esclavagismo-feudalismo o homem, na sua totalidade pelo menos aparente, era apropriado pelo homem – o escravo – no sistema esclavagista, ou pelo sistema – o servo – no sistema feudal; já ao nível do binómio capitalista-socialista, a exploração do homem pelo homem ou pelo sistema tem a ver quase exclusivamente com a qualidade de força de trabalho mecânico do homem. E amanhã, a exploração do homem pelo homem ou pelo sistema tenderá a situar-se no plano da informação, isto é, à medida que a informação se vai transformando em força produtiva dominante a apropriação tenderá, em ambos os sistemas, a deslocar-se do estádio da força mecânica de trabalho para o nível da capacidade humana de criar. Portanto, a transformação ao nível da apropriação articulada com o deslocamento da tendência à dominância, tem muito mais a ver com o estádio daquilo que se apropria do que com a forma como se apropria. A forma, mais individualista ou mais sistémica, é de somenos importância e deriva de certas características dos povos. O que realmente bule com o estádio de desenvolvimento da sociedade é aquilo que se apropria, se é o homem feito escravo ou servo, se é a sua força de trabalho mecânico, se é a sua qualidade de produtor de informação. Assim, falhará naturalmente o determinismo marxista quando considera uma necessária transformação do capitalismo em socialismo. Na realidade, ambos os sistemas tendem é a transformar- -se noutro tipo de sociedade, e também a aproximar-se através de uma progressiva interpenetração entre o carácter individualista e o carácter sistémico. Com efeito, nunca o carácter individualista ou sistémico pode absolutizar-se ou anular-se. Simplesmente, um contrai-se enquanto o outro se expande, para a situação se inverter no período seguinte. Entretanto, vai havendo uma progressiva indiferenciação, a contradição vai passando a segundo plano e perdendo importância ante outras através da evolução da sociedade em termos espaciais e de complexidade, etc.. Por isso, considero tender-se, hoje, para um sistema social orgânico em que a força produtiva dominante seja a informação, à medida que se desenvolva a Tecnorgânica e a mundialização da sociedade. Com efeito, hoje, está enfraquecendo a contradição entre o carácter individualista e o carácter sistémico, e as formas de gestão e apropriação estão se tornando híbridas. Por um lado, os sistemas individualistas já dão mais atenção aos problemas relativos à sociedade globalmente considerada, e tendem a limitar o espaço das prerrogativas individuais; por outro lado, os sistemas sistémicos tendem a liberalizar-se um pouco, a criar algum espaço à competitividade individual, particularmente no plano espiritual-cultural. No entanto, não se perspectiva o sistema social orgânico sobre os pressupostos que têm servido de base a teorias de convergência, teorias que advogam a convergência simples entre capitalismo e socialismo. As teorias de convergência pressupõem uma simples aproximação horizontal. Ora, o sistema social orgânico implica-se com a transformação vertical e horizontal, isto é, com a mudança de estádio no desenvolvimento das forças produtivas e com a aproximação ao nível da forma de gestão. O sistema social orgânico é viabilizado, em termos de desenvolvimento das forças produtivas, pela progressiva cristalização da Racionalidade Orgânica na ciência, na tecnorgânica, pela progressiva superação do trabalho humano mecânico; e em termos de forma de gestão significa tendência à superação do carácter individualista e sistémico extremistas, tendência a uma equilibração entre as necessidades individuais e colectivas, de molde a nunca mais se colocar a colectividade na dependência dos interesses individuais, por um lado, e, por outro lado, a libertar o indivíduo da arregimentação e do concentracionismo típicos dos sistemas sistémicos, no sentido de se aproveitarem as potencialidades do génio individual tradicionalmente esmagadas, nesses sistemas, pela burocracia e pela pressão social. O sistema social orgânico representa o processo de optimização, no jogo entre os estádios que vão caindo sob a alçada das estruturas de natureza colectiva e o deslocamento da tendência à dominância para novos espaços abertos à competitividade individual, à auto-realização do indivíduo. Criam-se, assim, condições melhores para a aceleração do processo histórico de desenvolvimento da sociedade.
Todas as encomendas poderão ser efectuadas através de e-mail para flora@publicacoesmaitreya.pt, ou pelos telefones 222 012 120 - 919 098 583. A liquidação é feita através de transferência em multibanco para o NIB 0010 0000 5123 2850 0010 4 e o custo de envio para Portugal Continental e Ilhas decorre por nossa conta, como habitualmente.

Até breve!
10 de Janeiro, 2017
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