Caros Amigos,
Omo prometemos, voltamos hoje com a partilha do texto selecionado
aleatoriamente, e livro selecionado foi RUMO A UMA CIVILIZAÇÃO SOLAR, do
Mestre Omraam Mikhaël Aïvanhov , inserido na Colecção "Prosveta".
Páginas 23 a 32
Actualmente, fala-se muito de yoga. Também eu vos disse algumas palavras
a esse respeito ao apresentar-vos os diferentes tipos de yogas que
existem e que vêm sobretudo da Índia e do Tibete, mas também da China,
do Japão ... Porque todas as religiões têm o seu yoga, mesmo o
Cristianismo.
Sim, os cristãos sempre praticaram a adoração, a prece, a veneração, o
amor para com o Criador; é esse o aspecto predominante da religião
cristã. Na Índia chamam-lhe Bhakti-yoga, o yoga da devoção, da adoração,
do amor espiritual. Só que este yoga convém a certos temperamentos, mas
não a outros, que têm qualidades e dons diferentes e aos quais é
necessário dar, portanto, outras possibilidades de manifestação. São
numerosos os caminhos que levam ao Criador. Os cristãos limitaram-se a
uma via única, que, aliás, é maravilhosa, não se deve criticá-la, mas os
hindus, esses, são mais ricos, deram muitos outros métodos.
Para aqueles que são mais feitos para o estudo, para a reflexão, para o
trabalho do pensamento, deram o Jnana-yoga, o yoga do conhecimento, a
fim de eles poderem encontrar o Senhor pelo apro- fundamento do
pensamento.
Alguns não se sentem impelidos nem para a filosofia nem para o
misticismo, mas têm uma vontade poderosa, têm energias para despender e
uma grande devoção; eles querem trabalhar e servir os outros. O
Karma-yoga é feito para eles; é o yoga das obras, dos deveres a cumprir
sem esperar pagamento nem recompensa. O Karma-yoga é o yoga da acção
gratuita e desinteressada.
Para aqueles que querem dominar-se, controlar os seus instintos, os seus
impulsos, existe o Radja-yoga: pela concentração e pelo autodomínio,
também eles conseguem alcançar o Eterno, fundir-se n Ele, tomando-se
"reis" (é o sentido da palavra "radja") do seu próprio reino.
O Kriya-yoga é o yoga da luz: pensar na luz, conhecê-la, compreendê-la,
rodear-se de cores, introduzi-las em si e projectá-las em seu redor: é
um trabalho magnífico.
O Hatha-yoga é para aqueles que gostam de fazer exercícios físicos, de
pôr-se em toda a espécie de posições, de "âsanas", como lhes chamam:
eles dobram-se, torcem-se, enrolam-se em forma de bola, passam as pernas
por detrás da cabeça, etc ...
Estes exercícios, que se baseiam, evidentemente, no conhecimento exacto
dos centros que são postos em funcionamento quando se assume esta ou
aquela posição, exigem muita vontade e perseverança.
O Hatha-yoga é o yoga mais propagado no Ocidente, mas os pobres
ocidentais não têm o temperamento e a constituição dos orientais, nem as
condições de calma e de silêncio para o praticar, e muitos acabam por
se perturbar física e psiquicamente. Eu encontrei muitas pessoas que me
confessaram ter abandonado o Hatha-yoga porque sentiam que estavam a
ficar desequilibradas. Há que ter muita prudência, e eu nunca aconselhei
aos ocidentais a
prática deste yoga.
O Agni-yoga é o yoga do fogo: pensar no fogo, trabalhar com o fogo,
despertar o fogo. Uma vez que o fogo está na origem da criação, o
Agni-yoga é também um caminho que leva ao Criador.
O Chabda-yoga, o yoga do Verbo, consiste em pronunciar certas fórmulas -
ou "mantras" - num dado momento, um certo número de vezes, com uma
determinada intensidade ... O verbo é um poder, e aquele que sabe agir
com este poder obtém
grandes resultados.
Gostaria de falar-vos agora de um yoga que ultrapassa todos os outros: o
yoga do Sol. Ele era praticado no passado por numerosos povos, mas
presentemente foi abandonado, sobretudo no Ocidente.
Visto que, em sânscrito, "Sol" diz-se "Surya", dei-lhe o nome de
"Surya-yoga". É o meu yoga preferido, porque reúne e resume todos os
outros. 1 Sim, por que não reunir todos os yogas num só? ...
O discípulo da Fraternidade Branca Universal não pode ter horizontes
estreitos, não pode ficar limitado, deve desenvolver-se em todos os
domínios. Deve agir com um desinteresse absoluto: eis o Karma-yoga. Deve
procurar Deus, amá-Lo e adorá-Lo: eis o Bhakti-yoga. Deve meditar e
concentrar-se para conseguir dominar-se e governar
o imenso povo constituído pelas suas células - é o Radja-yoga. Quando
está sentado em meditação ou executa os movimentos da nossa ginástica ou
os da paneurritmia, isso é, se quisermos, Hatha-yoga! Ele projecta luz e
cores, rodeia-se de uma aura luminosa: eis o Krya-yoga. Ele
concentra-se no fogo e dá-lhe a possibilidade de queimar todas as
impurezas que em si existem - é o Agni-yoga.
Ele procura incessantemente ser senhor do seu verbo, quer dizer, não
pronunciar palavras negativas, que possam introduzir a dúvida ou
desalento nos outros e, pelo contrário, esforça-se por se tornar um
criador da nova vida: eis o Chabda-yoga. Finalmente, ele concentra-se no
Sol, ama-o, procura-o, considera-o como uma porta aberta para o Céu,
como a manifestação do Cristo, o representante de Deus, e é isso o
Surya-yoga. O discípulo que o pratica não rejeita nenhum dos outros
yogas, pelo contrário, e torna-se um ser completo, vive na plenitude.
Eu mostro-vos o modelo novo de humanidade que é criada na Fraternidade
Branca Universal: seres cujo ideal é desenvolver todas as qualidades e
virtudes. Porque no Surya-yoga estão compreendidos a adoração, a
sabedoria, o poder, a pureza, a actividade, a dedicação, a luz, assim
como o fogo sagrado do amor divino. Eis por que é importante
tomardes conhecimento de todas as bênçãos que recebereis ao ir ver o
nascer do Sol.
Ao praticar o Surya-yoga, ligais-vos à força que dirige e anima todos os
planetas do sistema solar, o Sol, e assim tereis obrigatoriamente
resultados. Por isso, posso dizer-vos que todos estes yogas que, no
passado, eram considerados magníficos, e que ainda são magníficos,
cederão o lugar ao Surya-yoga, que os ultrapassa a todos, pois através
do Sol trabalha-se com o próprio Deus. Dir-vos-ei até o seguinte: aquilo
que ninguém me revelou, revelou-mo o Sol, já que nenhum livro pode
dar-vos o que o Sol vos dará se aprenderdes a ter com ele relações
correctas.
Vós ainda não conseguistes entrar em contacto com o Sol; ele está lá,
mas vós não tendes qualquer relação com ele. Contentais-vos em olhá-lo,
em constatar que ele está um pouco mais brilhante ou um pouco mais
velado do que na véspera, mas não é desse modo que se entra em relação
com o Sol.
Para estabelecerdes essa relação, deveis aprender a olhá-lo
conscientemente. Então, entre ele e vós começarão a circular ondas que
criarão formas, cores, um mundo novo; atraireis forças, criaturas
inteligentes, que virão dançar, banhar-se nessa beleza, nesse diálogo,
nessa conversa que decorre entre o Sol e vós ...
É claro que isso não acontece assim tão facilmente. Para receberdes do
Sol todas essas bênçãos, precisais de preparar-vos. E que significa
"preparar-se"? Pois bem, suponde que vos decidis a assistir ao nascer do
Sol, mas na véspera, ou na antevéspera, vivestes situações passionais,
querelas, etc. Nesse caso, é evidente que não estais preparados: ao
nascer do Sol estareis presos à recordação de todos esses estados
caóticos que vivestes e o Sol bem pode estar lá, presente, e vós diante
dele, que não o sentireis.
Portanto, deveis preparar-vos de véspera: não comer demais, não ir para a
cama tarde, não fazer nada que seja susceptível de vos preocupar ou de
vos atormentar no dia seguinte, arranjar tudo de modo a estardes
libertos, com o pensamento límpido e o coração em paz, sem terdes coisa
alguma a regular, a lamentar ou a reparar. É muito importante.
Assim, nesta paz, começai lentamente, docemente, a meditar, sem vos
concentrardes logo fortemente no Sol. Começai por deitar uma olhadela ao
vosso foro íntimo para ver em que estado estão os vossos "habitantes"
e, se houver barulho, se houver reboliço, esforçai-vos por acalmá-lo e
equilibrar tudo, visto que só depois de o terdes feito, depois de terdes
instalado a harmonia e a paz em vós mesmos, podeis projectar-vos em
direcção ao Sol, imaginá-lo como um mundo maravilhoso, povoado pelas
mais perfeitas criaturas, seres luminosos que vivem na inteligência
sublime, no amor absoluto, na pureza absoluta, e pensar que lá em cima
reinam uma ordem, uma cultura e uma civilização que ultrapassam tudo o
que se possa imaginar ...
E se eu vos disser que, sem vos dardes conta disso, vós já estais no
Sol? Não o sentis, mas há uma pequena parte de vós, um elemento muito,
muito subtil, que habita no Sol. A ciência não conseguiu ainda estudar
realmente o homem, não sabe tudo o que ele representa de imenso, de
rico, de vasto e de profundo. O que se vê dele, o seu corpo físico,
ainda não é ele. O homem possui outros corpos (astral, mental, causal,
búdico e átmico), que são feitos de uma matéria cada vez mais subtil.
Isso é verdade também para a Terra: a Terra não é unicamente o que se vê
dela; à sua volta existe uma atmosfera que se eleva até várias dezenas
de quilómetros e que a ciência dividiu em diferentes camadas, tendo cada
uma um nome. Mas o que a ciência não sabe é que nessas camadas se
encontra uma infinidade de elementos, de entidades, e que, para além da
atmosfera, a Terra possui um corpo etérico que vai até ao Sol, que toca o
Sol... Logo, o corpo etérico da Terra funde-se com o corpo etérico do
Sol, visto que também o Sol possui um corpo etérico que se estende para
além da sua própria esfera, até à Terra e mais longe, até aos outros
planetas. É por isso que o Sol e a Terra se tocam, estão já fundidos.
E uma vez que o homem é construí do à imagem do Universo, também ele
possui um corpo subtil que se une ao Sol... É deste modo que,
considerado no seu aspecto superior, divino, o homem habita já no Sol;
mas ele não se dá conta disso, pois a sua consciência está limitada ao
mundo físico.
O que eu estou a dizer-vos parece-vos inacreditável, contudo são
verdades a conhecer e a
aprofundar. Quando o homem começa a estudar na Escola Divina da
Fraternidade Branca Universal, desloca-se progressivamente desta região
limitada da consciência unicamente sensorial do mundo físico para uma
região superior que é a da superconsciência. Esta região da
superconsciência é imensa, tem milhares de níveis que é preciso
percorrer até se sentir que já se é um habitante do Sol, que já se
existe no Sol.
Essa parte de nós mesmos, essa entidade que habita no Sol, é o nosso Eu
superior. O nosso Eu superior não habita no nosso corpo físico, senão
ele realizaria aí prodígios. Somente de tempos a tempos ele vem tomar
contacto com o nosso cérebro, mas, como este não está ainda preparado
para se pôr em uníssono com ele, nem tão-pouco para suportar as suas
vibrações, o Eu superior não pode manifestar-se. O Eu superior trabalha
sobre o cérebro e, no dia em que este estiver capaz de o abrigar,
instalar-se-á no homem.
O nosso Eu superior não é outra coisa senão o próprio Deus, uma parte de
Deus; por isso, nas religiões superiores, nós somos o próprio Deus,
porque nada existe fora de Deus. Deus manifesta-se através da criação e
das criaturas, e nós somos, portanto, uma parcela d Ele, não existimos
separados d Ele.
A verdadeira ilusão é a de nos julgarmos separados. Quando os Sábios
falam de "maya", a ilusão, não é do mundo material que eles estão a
falar. O mundo não é uma "rnaya", o nosso eu inferior é que é uma
"maya", porque nos dá a ilusão de existirmos como seres separados da
Divindade. O mundo é uma realidade, a matéria também; a ilusão,
repito-vos, vem do nosso eu inferior que nos impele sempre a
considerarmo-nos como seres separados.
Enquanto a nossa existência se processar a um nível muito baixo, o do
nosso eu inferior, nós enganamo-nos, vivemos na ilusão, não podemos
sentir essa vida única, essa vida universal, esse Ser cósmico que existe
por toda a parte; o nosso eu inferior impede-nos de o sentir e de o
compreender.
Por isso, o trabalho que nós fazemos pela manhã com o Sol, através das
meditações e das orações, tem por objectivo restabelecer a ligação,
construir uma ponte entre o eu inferior e o Eu superior que existe no
Sol.
Enquanto fordes influenciados pela filosofia mecanicista, enquanto
pensardes que o Sol não pode falar-vos nem ajudar-vos, fechareis a vós
próprios o caminho da evolução. É preciso compreender que tudo está
vivo, que há uma inteligência que se manifesta através de tudo o que
vemos, que o Sol é uma inteligência, uma vida, uma luz viva ... Então,
de repente, ele começa a falar-vos. Ele já me revelou muitas coisas, e
isso só aconteceu porque eu o considero tal como ele é, quer dizer, como
um espírito extraordinariamente elevado, belo, grande, poderoso,
inteligente ... ao ponto de, a seu lado, tudo perder importância.
Experimentai fazer-lhe perguntas e vereis o que ele vos responderá. Pode
acontecer que não sejais capazes de decifrar imediatamente a sua
resposta; porém, mais cedo ou mais tarde ela apresentar-se-á no vosso
ecrã, no vosso cérebro. O Sol envia as respostas instantaneamente, como
as máquinas electrónicas.
Cabe ao homem desenvolver-se o suficiente para as captar de imediato.
Até breve!
11 Dezembro, 2014
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