Os jornalistas são fantásticos a escrever ...
«Lisboa parou para aplaudir Mário Soares.»...
«Urna de Mário Soares percorreu as principais artérias da capital»...
Analisando e concluindo:
Primeira frase jornalística:
«Lisboa parou... » Portanto, Lisboa ia a andar e parou quando viu a aproximação do cortejo fúnebre... E tinha braços com mãos na ponta, para aplaudir.
Conclusão: Lisboa tem pernas, braços e mãos...
E, quando se aplaude, é quando se concorda ou gosta de algo.....
Aqui, não dá para concluir, se gostaram de ele ter morrido ou se concordaram com as suas obras enquanto vivo.
Segunda frase jornalística:
«Urna de Mário Soares percorreu»... Portanto, aqui é mais difícil de compreender(e de aceitar) que uma urna tenha pernas para percorrer... O cortejo fúnebre pode percorrer, a urna, duvido...
Então, cheguei a conclusão de que não foi só Mário Soares a ser sepultado, as frases correctas também levaram um grande enterro!
Note-se, que esta minha observação não pretende atingir aquele que já não pertence ao mundo dos vivos, mas, e só, quem escreve de forma bombástica uma notícia que deveria primar pela elegância da moderação que o assunto exigia.
(Florinda Rosa Isabel)
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