As Duas Árvores do Paraíso - 28 Março, 2017
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Caros Amigos,
Como habitualmente às terças-feiras, partilhamos mais um texto que aleatoriamente foi selecionado, esperando que vá ao encontro da necessidade da maior parte de vós. E hoje foi selecionado o livro "AS DUAS ÁRVORES DO PARAÍSO", do Mestre Omraam Mikhaël Aïvanhov, inserido na Colecção "Prosveta".
Parte do Capítulo V - "Caminhai enquanto tendes a Luz"
A felicidade encontra-se ao vosso lado sem vos aperceberdes. Vós quereis que ela se assemelhe à ideia que fazeis dela, mas não, isso nunca acontecerá. Porém, não desanimeis, pois, repito, não estais sós, há muitos seres invisíveis que pensam em vós e que estão sempre a instruir-vos e a aconselhar-vos. Só que vós deveis fazer esforços sinceros e preparar-vos para receber essa ajuda que vem das regiões superiores, a fim de serdes úteis a vós mesmos, à vossa família, aos vossos amigos, a toda a humanidade. Não há nada mais importante do que isto. Mas despachai-vos! Não fiqueis à espera de que a ciência verifique a existência da alma, de que ela nos diga que o pensamento tem poder e que o coração dispõe de energias que é preciso pôr a trabalhar. A ciência avança com segurança e rapidez, não duvido, mas é extraordinariamente lenta no que respeita às descobertas relativas à vida interior. Portanto, não fiqueis à espera da sua opinião para acreditar em Deus, no mundo invisível, e para começar um verdadeiro trabalho espiritual. Por que é que se dá mais crédito aos aparelhos exteriores do que aos aparelhos interiores? Acaso necessitais de um aparelho científico para verificar se estais descontentes ou inquietos, se tendes fome ou se estais saciados? Trabalhai todos os dias com a vossa alma, com o vosso coração, com o vosso pensamento, com o vosso espírito! Não desanimeis! Todo o bem que os vossos pensamentos e os vossos sentimentos projetarem no espaço voltará a vós um dia. Eu já vos disse que existe em vós uma circulação, uma troca, entre a subconsciência, a consciência, a autoconsciência e a supraconsciência, que deve permitir-vos realizar o vosso alto ideal, mas, muitas vezes, vós interrompeis essa circulação, crendo que a realização do ideal é impossível. Por isso, eu vos digo: persisti nos vossos esforços e conseguireis pôr de novo em funcionamento os processos de realização, conseguireis restabelecer as condições favoráveis. Caminhai à luz do novo Ensinamento, pois, mais tarde, quando a noite vier, já não podereis trabalhar. Doravante, apreendei essa luz, abri-lhe o vosso coração! Observai a natureza: quando o sol nasce, surgem todas as condições para uma vida ativa; quando ele se põe, deixa de haver essas condições, só resta dormir. Estou a falar de um modo geral, é claro. Mas já pensastes que, quando vós estais acordados, há outros seres humanos na terra que estão a dormir? Quando aqui é dia, é noite na China, no Japão... Portanto, quando vós estais acordados e entregues às vossas ocupações, há almas chinesas e japonesas que vêm a França inspirar-vos toda a espécie de pensamentos e de sentimentos. Por vezes, há pessoas que dizem que falaram com um espírito, mas talvez fosse apenas a alma de um Chinês que está a dormir. Existe uma ligação extraordinária entre os seres de um extremo ao outro da terra. Quando estais a dormir, sois vós que ides visitar os seres do outro lado da terra e também eles, por certo, vos tomam por anjos que vieram visitá-los! Refleti sobre esta questão e descobrireis as relações que existem entre a face iluminada e a face não iluminada da terra. Em nós, também existem dias e noites, um fluxo e um refluxo, como no oceano; a nossa consciência ilumina-se e obscurece-se, enche-se e esvazia-se... É preciso compreender que nós estamos submetidos às mesmas alternâncias que se manifestam na natureza, e devemos estar conscientes da época em que cada fenómeno vai ocorrer. Suponhamos que se aproxima o período difícil; se não souberdes isso, assumireis, imprudentemente, este ou aquele compromisso, mas quando chegar o momento de o concretizar, não tereis inspiração nem alegria e sentir-vos-eis desamparados. Poderíeis evitar isso se soubésseis antecipadamente quando viriam os dias de escuridão, em que estaríeis fracos, deprimidos. Todos os erros são cometidos nas trevas, quando a consciência está obscurecida. Aprendei a perceber quando vêm esses dias e não empreendais nada nesse período. Orai, meditai, lede, mas não vos lanceis em ocupações importantes, pois o período das trevas não é propício para trabalhar. A lua cresce e decresce; é um fenómeno que também devemos transpor para a nossa vida interior. Quanto mais a lua se esvazia de um lado, mais se enche do outro. Talvez isto não aconteça em conformidade com a astronomia, mas explica como a nossa consciência passa da sombra à claridade, e o inverso. Instintivamente, os homens agem com grande sabedoria: quando o inverno se aproxima, fazem reservas de lenha, de carvão, e preparam roupas quentes para resistir ao frio que vai chegar. Também devemos saber preparar-nos para o inverno que vivemos interiormente, aprovisionando o combustível necessário para o aquecimento. Aqueles que sabem que o período de escuridão vai chegar preparam-se enquanto têm possibilidades para o fazer. Aqueles que não se preparam, quando chega o período sombrio só sabem lamentar-se e dizer que a vida não tem qualquer sentido, se não disserem ainda pior. Nós devemos preparar os elementos espirituais tendo em vista o inverno que vai vir; assim, quando fizer frio no exterior, haverá fogo a arder dentro de nós. Os Iniciados são previdentes; eles sabem que existem períodos sombrios e horas banhadas de luz. Eles compreendem que, quando Jesus dizia: «Caminhai enquanto tendes a luz, para que as trevas não vos surpreendam», isso queria dizer: «Aproveitai as boas condições, para poderdes enfrentar as dificuldades.» Tendes diante de vós um grande futuro e começais agora a viver. Está a formar-se um novo tipo de homens, uma nova cultura, a cultura dos filhos de Deus, a fraternidade entre os homens. A fraternidade está a nascer e espalhar-se-á pelo mundo inteiro. A humanidade passou pelos estádios da subconsciência, da consciência, da autoconsciência e, pouco a pouco, está a entrar na supraconsciência. Das profundezas da vida subconsciente, o homem sobe e ergue-se, progressivamente, para uma vida mais elevada, a vida do desapego, do sacrifício. No sacrifício começa a brilhar a manifestação da Divindade. O homem da nova raça que está a surgir é aquele que compreendeu o sacrifício; a sua consciência é semelhante ao sol nascente. É a nova vida que vem, é a ressurreição!
Paris, 5 de novembro de 1938
Até breve!
28 de Março, 2017
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