Guia de Meditação - 21 Março, 2017
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Caros Amigos,
Como habitualmente às terças-feiras, partilhamos mais um texto que aleatoriamente foi selecionado, esperando que vá ao encontro da necessidade da maior parte de vós. E hoje foi selecionado o livro "GUIA DE MEDITAÇÃO", de Maria, inserido na Colecção "Missão Lusa".
Páginas 37 a 42 (lamentamos não poder apresentar as imagens constantes deste capítulo)
A primeira imagem é da mente distraída, dispersa em pensamentos que funciona em todas as direcções e constitui um bloqueio à Meditação. Pela prática da Concentração (Dhāraṇa), começa-se a controlar a mente para uma só direcção, e que na segunda imagem já se apresenta voltada para o “Objecto Eleito”, ou seja, para a Mente Divina. Este processo requer a prática de Dhāraṇa (concentração) por algum tempo, e foram os primeiros passos das lições anteriores. Na terceira imagem, a mente devido à prática da concentração entra no processo de Meditação (Dhyāna). A mente, quando absorvida pela Meditação, fica “quase” em estado de Samādhi. Neste passo (o mais importante no Yoga) começa a Comunicação entre a mente e o “Objecto Eleito”, a Mente Divina. Esta absorção na Meditação resulta de certos processos mecânicos do cérebro, desenvolvidos e educados pela Concentração, e torna-se irreversível; depois de se tocar certos planos espirituais aos quais a Meditação conduziu, começa então verdadeiramente a realização interior e já não é possível voltar atrás. A Meditação acelera o desenvolvimento evolutivo do próprio cérebro, onde se operam mudanças nas células e por consequência na forma de pensar, actuar e viver, o que leva progressivamente ao alargamento de Consciência. Têm sido lentos os avanços da ciência sobre o conhecimento dos mecanismos do cérebro e portanto, ainda pouco se sabe sobre o nosso próprio funcionamento cerebral. Infelizmente, enquanto os cientistas continuarem a rejeitar o Espírito, não se adiantarão muito no conhecimento da consciência e do cérebro, nem na descoberta de meios para a cura de muitas doenças. O cérebro é o suporte da Consciência que, por sua vez, é a manifestação do Espírito, mas na realidade, embora todos os cérebros humanos sejam física e aparentemente iguais, a forma como ele é usado difere, devido à consciência de cada um. Assim, há seres cujas áreas do cérebro são mais estimuladas acelerando a evolução de consciência, onde em outros, elas permanecem passivas. É a evolução espiritual que determina não só a Inteligência-Consciência, como demonstra o aperfeiçoamento do carácter, e consequentemente, a qualidade de viver. É no cérebro que se encontra o mistério da nossa humanidade e divindade. Seria importante para aqueles que praticam certos métodos espirituais, conhecer os mecanismos do cérebro na sua função física e assim acompanhar melhor as suas próprias transformações internas, assim como a Ciência, deveria conhecer a funcionalidade do cérebro quando se pratica uma modalidade espiritual, especialmente a Meditação; como ela influencia a regeneração do próprio cérebro, e compreender finalmente, a manifestação do Espírito. Este elo é o ponto fundamental para se entender a evolução da própria vida humana. A tentativa de cura de doenças através de aditivos químicos não é a solução equilibrada, pelo contrário, pode vir a contribuir para grandes obstáculos e perturbações mentais, bem como bloquear o próprio caminho evolutivo espiritual, desencadeando assim, processos cármicos dramáticos, não só no presente como em vidas futuras. Por exemplo, conhecer melhor a função da Glândula Pineal onde se produz a “célebre” Melatonina, órgão que tinha sido rejeitado pela ciência como importante, embora Descartes tenha intuído a sua importância, bem como as tradições filosóficas e religiosas da Índia falam da Glândula Pineal, como o ponto de encontro entre a matéria e o Espírito. A Melatonina fabrica-se no escuro e no silêncio, e tal como a prática da Meditação engloba o silêncio e a quietude de pensamento. A Melatonina, de forma geral, produz-se mais durante a noite quando se dorme, porque é a forma sábia da própria natureza fazer parar a acção do ser humano e obrigar à regeneração do organismo. De facto, quem tem uma vida agitada gasta mais a sua própria energia, que o mesmo é dizer a sua Melatonina. Pode-se, porém, produzir mais Melatonina durante o dia apenas sentando, parando a mente, entrando no Silêncio. Prosseguindo no nosso esquema, compreendemos que o alinhamento dos nossos corpos, físico, mental e espiritual é na realidade o mais importante. A partir desta consciência, que resulta desse alinhamento e equilíbrio, a Meditação será uma prática tão fundamental como respirar e comer. O quarto e último passo, é o resultado da aspiração ao Divino, trabalhado e realizado pela prática persistente da Meditação, que leva ao Samādhi: a União com Deus (Objecto Eleito). A mente em Samādhi funde-se com a Mente Divina. Convém explicar, que o estado de Samādhi é um estado de beatitude consciente, de ligação com o Divino, e não deve confundir-se com estados de transe, termo usado na maior parte dos casos por gente ignorante, acerca dos estados mais elevados, dos que se encontram em adiantada evolução espiritual. Os transes são formas primárias de mediunidade, portanto estados inconscientes. Actualmente está em moda fomentar-se estados alterados de consciência, que pouco têm de elevação espiritual, através de drogas em círculos xamânicos. No Samādhi predomina sobretudo a comunicação, a união de forma inteligente, lúcida, à Mente Divina. O êxtase ou o Samādhi é a união com Deus e engloba uma grande expansão de Consciência através do coração e da mente.
Tempo de Meditação * Vamos agora para a 3ª experiência da prática da Concentração e Meditação. Os meios que demos anteriormente foi a prática da concentração e verificaram que a mente sendo instável, pula de pensamento para pensamento, como o mostrado no esquema, mas acreditando que conseguiu passar a 1ª fase, a de educar a mente, seguirá adiante com uma certa determinação mental e vai começar a direccionar a mente para os planos elevados da Mente Divina, ou o “Objecto Eleito”.
Prepare-se e cuide previamente do ambiente. Para limpar astralmente o seu lugar de Meditação, ponha uma música suave que ajuda a captar boas energias e a afastar as inconvenientes. Desligue os telefones. Acenda um incenso… De pé, faça uns exercícios de limpeza corporal e psíquica com as mãos ao longo de corpo, para retirar energias mais densas que possam estar na aura e mentalmente peça protecção às forças superiores. Prepare a forma como vai sentar-se. Na posição de Yoga (siddhāsana), sentado numa almofada suficientemente alta para apoiar a coluna, mas, com as pernas fora da almofada, assentes no chão. Só o cóccix deve assentar. Agora que já foram evocadas as energias benéficas, desligue a música. Dê Graças pela oportunidade e silencie todo o seu Ser… Primeiro, faça a Concentração, Dhāraṇa; retirando os pensamentos e ao fim de algum tempo entrará em Dhyāna, Meditação. Aqui lhe deixamos este passo para praticar e através deste esquema compreender os mecanismos da mente. Ele ajuda a prosseguir no processo de Concentração, até sentir a mente inclinada numa só direcção, que é o “Objecto Eleito”. Assim, quando sentir a mente segura e tranquila dirija-a conscientemente com determinação à Mente Divina. O resultado é aquilo que constitui a realização pessoal e que torna único cada Ser… Só com persistência haverá resultados. Pratique com determinação!
Até breve!
21 de Março, 2017
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