quinta-feira, 22 de setembro de 2016

A HUMANIDADE CAMINHA A PASSOS LARGOS PARA O ABISMO

A Humanidade caminha a passos largos para o abismo e, tirando alguns casos pontuais, nada faz para deter o passo.
As pessoas sabem e concordam que levam uma vida estúpida, trabalho, e mais trabalho, é um corre-corre, cada vez trabalham mais e cada vez ganham menos.
Talvez ainda não se apercebessem de que o sistema de vida moderno, apelativo ao consumo, obriga as pessoas a uma vida completamente anormal, sempre atrás de mais ganhos, para cobrir_quando cobre_ o aumento das despesas, que aumentam a cada dia.
Nós não nascemos para isto!  Nascemos livres, temos de nos impor e sair do sistema que os nossos algozes desde há muitíssimos anos começaram a impor à humanidade
Segundo estatísticas recentes, já consumimos na actual geração o que deveria ser da próxima... Mãe  Terra consegue restaurar tudo,  mas não com a rapidez com que a estamos a destruir, (a natureza  tem os seus ciclos próprios), a espoliar de todos os recursos, vorazes, predadores, tudo serve para arrancar, tirar levar e, de onde tiramos o bom, preenchemos com lixo, quantas vezes, tóxico. É como se, depois de termos mamado no seio de nossas mães, lhe enfiássemos uma seringa com veneno no mamilo... Nossa Mãe Terra, a amada Gaia, merece mais consideração, respeito e carinho. O nosso Planeta é um ser vivo! E sente tudo o que lhe fazemos. E dá o troco! Quando perde a paciência, prega-nos umas chineladas no rabo.
Nós não precisamos de trabalhar tanto! Nós não precisamos_não devemos_ de ter filhos de chocadeira, para os entregar numa instituição, perdendo a melhor oportunidade de educarmos e vermos crescer nossas crianças, de fazermos a sua comida, de metermos  a colherzinha na sua boca, de ensinarmos a pegar nela, de as sentirmos no colo, os afectos, os carinhos, o sentir seus coraçõezinhos a bater em uníssono com os nossos, de estarem protegidas pelas nossas auras até se tornarem mais independentes... Os primeiros anos de vida marcam-nos para sempre.... e de que maneira! Como será daqui a alguns anos, com o planeta debilitado, sem o recurso às prateleiras dos supermercados, com a criançada a correr e a atirar embalagens para dentro dos carrinhos das compras,  muitas destas crianças sem saberem das voltas que o produto levou para estar ali, dentro daquela linda embalagem? E quanto sofrimento e trabalho de escravo produzido  pelas crianças que trabalham, escondidas e, algumas, presas a correntes, sem verem a luz do dia, chicoteadas se dão pouco rendimento, famintas, para que a civilização ocidental possa compra vestuário barato e viver no consumismo, no usa e deita fora, ao invés de pegar numa agulha e num tubo de linhas e coser os seus "trapos". Quanto mais inutilizarmos, mais contribuímos para a degradação do nosso Lar Universal. Sem recursos naturais, pouca ou nenhuma água, terrenos improdutivos, a vida na Terra acabará por se extinguir. Já aconteceu no passado, não é sem sem motivo que se encontram tantos sinais a respeito quando se procede a escavações.. Poderá voltar a acontecer.
Como podemos queixar-nos dos nossos filhos, se nos tornámos uns estranhos para eles? Para a sensibilidade de  um ser tão pequenino, que nada percebe do mundo, mas apenas que o "entregamos" e desaparecemos... Que não somos nós que lhe pegamos quando chora... nem aparecemos com a papinha quando tem fome... Nem o embalamos quando tem sono!  Nós somos secundários para eles. Quem os criou? Funcionárias dos infantários.Vamos buscá-los à noite, cansados, sem tempo, sem paciência, com uma pizza ao colo, para  o resto da  família, dando apressadamente a papinha ao bebé, enquanto, por vezes, ele é obrigado a assistir aos conflitos entre ambos os progenitores, cansados, saturados dos chefes, dos colegas, dos clientes, do trânsito... de tudo!
Circula na internet a história do menino que perguntou ao pai quanto ele ganhava à hora,  nesses extras que fazia pós-laboral. O pai disse-lhe. Decorrido um tempo, quando o pai estava para sair,  o menino foi buscar uma caixa e disse: «Papá, preciso que marques uma hora do teu tempo para mim, juntei algum dinheiro das mesadas com que me compensas por nunca teres tempo para brincares comigo.. Tenho aqui a conta certa para estares comigo uma hora.»
Claro está que os filhos crescem e cada vez exigem mais. Mas exigem, porquê? Porque se habituaram a colmatar a carência  afectiva com algo que o dinheiro podia comprar. Até que se acostumaram e a apreciar tudo que os mass media lhes impingem, porque vivemos numa época em que a aparência física é posta em evidência, assim como as marcas dos seus novos brinquedos de zumbies e, então,  vão na onda com os seus grupos, alinham na sua "comunidade", sentem-se em família, mas tudo isso começa a precisar de algum aumento nas mesadas, para terem o último modelo  de tudo o que aparece a seduzir... E ei-los todos ligados, a caminharem nas  ruas como ébrios, a chocarem com os  outros transeuntes.  Esta é a geração actual,  que irá meter seus pais num Lar de Idoso, tal como seus  pais já meteram os avós.
A Europa desperdiça imensas toneladas de comida...  Ontem, entrei num comboio da linha de Cascais e vi uma embalagem de plástico com um donut dentro. Inteiro. Mais umas embalagens de bebida junto. Um jovem quis sentar-se e retirou tudo para dentro do caixote do lixo. A pessoa que lá deixou nem se deu ao trabalho de levar, para comer depois. Quando apanho o comboio entre as oito e as nove horas, deparo-me com cenários lamentáveis, jovens completamente embriagados, estendidos nos bancos. Claro está que vieram da noitada, e isto acontece diariamente. E, claro está também que os papás entraram com o dinheiro. Para as noitadas, bebedeiras e  arruinarem a saúde... Por isso, há que trabalhar muito por causa dos filhos... Que inconsciência!
Encostados aos  prédios, lá estão as mobílias que passaram de moda_ apenas isso_, pois ainda se encontram em muito bom estado de saúde...
Amazónia, Pulmão do Mundo, aí vamos nós, os predadores profissionais, com os nossos potentes bisturis, arrancar-vos mais alguns dos teus exóticos alvéolos, porque os europeus vaidosos, consumistas, egoístas e ignorantes, estão a precisar de exibirem o seu luxo para os amigos...
E vós, amada Mãe Terra, continuais a pregar-lhes chineladas, cada vez com mais força, deixais-lhe o rabo a arder, mas eles não aprendem nada!
Se trabalhássemos menos horas, ganhássemos menos e gastássemos menos, mas cuidássemos daqueles que não pediram para nascer, éramos todos muito mais felizes e sorridentes.
Vemos fotografas de adultos e crianças, desdentados,  mas sorridentes, naqueles países que pouco ou nada possuem, mas vivem no meio da natureza, são felizes, não têm compromissos de corre-corre,  o pouco alimento nutre-os melhor do que o muito no meio da falsa civilização, que vive amargurada, preocupada, tristonha...
É um corre-corre para o trabalho, para ganhar dinheiro! É um corre-corre para os médicos e para a farmácia, lá se vai o dinheiro extra  que se ganhou  a tirar o descanso ao corpo e o cuidar da família, e não chega. Não se recupera a saúde, e o dinheiro, quando o há, é para  tentar dar alguma qualidade de vida ao maltratado corpo, podendo ter um bom cadeirão obediente, que fica na posição que pretendemos e  uma boa cadeira de rodas...

Quanto aos filhos, só oiço queixumes dos pais, quando seus filhos os levam para um Lar de Idosos. É certo que os pais que fizeram o sacrifício de criar seus filhos, continuando a trabalhar fora para angariação do sustento da família, merecem que seus filhos tudo façam para mantê-los, ou nas suas próprias casas ou, se já não poderem estar sós, levarem-nos com eles. Quanto àqueles que não os cuidaram pessoalmente, queixam-se de quê? Acaso não os entregaram aos cuidados alheios, quando eles eram bebés e mais precisavam dos pais?  Tinham de trabalhar? Os filhos também precisam.
(Florinda Rosa Isabel)









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