(continuação)
Os que temem o Espírito não sabem muito bem a razão disso, mas sabem instintivamente que há algo a temer: terão de abandonar os seus velhos hábitos. Na realidade, não há nada mais belo do que poder captar as correntes espirituais: essa luz, essa força, essa alegria que nos chega todos os dias, esse amor que atravessa as almas a cada instante. Se detivermos estas correntes por causa das nossas fraquezas, dos nossos pensamentos negativos, é porque os nossos odres não estão ainda prontos para receberem o vinho novo. São odres velhos e devemos substituí-los.
As células do nosso corpo renovam-se constantemente; todos os dias há células gastas, doentes, que são substituídas por células sãs. Este processo de renovação estende-se por sete anos. De sete em sete anos, todas as moléculas e todos os átomos do nosso corpo foram substituídos por outros. Direis vós: «Mas, então, todo o nosso ser foi já renovado!» Não, porque, mesmo que ao longo desses sete anos todas as nossa células tenham sido substituídas, há que considerar que cada célula tem um memória, ou, se quiserdes, hábitos que que transmite àquela que a substitui, sob a forma de registos etéricos. Os pensamentos e as energias circulam nestes registos como se fossem sulcos bem traçados. É isto que explica que as novas partículas, ao tomar o lugar da antigas, herdem a sua memória. Embora tenham decorrido sete anos, a células encontram-se nos mesmos estados, muitas vezes até em estados inferiores.
Que idade tendes? Quantos períodos de sete anos já vivestes? Todavia, permaneceis fiel aos mesmos hábitos, tendes a mesma maneira de pensar, repetis as mesmas asneiras! O facto de as vossas células terem sido renovadas não é suficiente para que todo o vosso ser seja completamente regenerado. O vosso corpo está transformado, mas as tendências, os hábitos, continuam a ser os mesmos, porque as novas partículas sofreram as influências dos registos antigos ou, digamos, da antiga memória.
Para alguém se transformar realmente, tem de mudar a memória das suas células. À medida que as novas células forem substituindo as antigas, é necessário impregná-las de novos pensamentos e novos sentimentos. Sim, se se for consciente, poder-se-á "renovar os odres" à medida que se for vertendo neles o vinho novo de um ensinamento espiritual. Senão, se se continuar a viver nas mesmas desordens e com os mesmos hábitos perigosos, produzir-se-ão fermentações nos odres. É por isso que, ao mesmo tempo que recebemos este ensinamento espiritual, devemos transformar a memória das células, trabalhando para introduzir em nós novos elementos, velando pela pureza do que comemos e bebemos, do ar que respiramos e de tudo o que absorvemos, tanto visível como invisível. (1). Só então poderemos receber sem receio uma nova filosofia e novas correntes espirituais.
Jamais encontrareis um verdadeiro Iniciado que vos dê receitas que vos tornarão sensatos e fortes de um momento para o outro. A transformação dos seres só é possível por intermédio de um trabalho ininterrupto em cada dia. Se alguém vos disser: «Aqui tendes esta fórmula, estes pantáculos, estes processos mágicos; eles salvar-vos-ão instantaneamente», isso serão mentiras de uma cultura que tem interesse em vos enganar. Um verdadeiro Mestre dir-vos-á: «Meus filhos, tudo é possível, mas apenas se vos esforçardes; desse modo, o que obtivestes terá penetrado tão profundamente em vós, que ninguém vo-lo poderá tirar.» Nada do que se obtém por meios imediatos, por processos mágicos, pode ser duradouro. Pouco tempo depois, perde-se tudo o que se julgava possuir, porque essas aquisições não vieram de dentro, por esforços pessoais.
Existem Mestres que, num instante, poderiam desenvolver em vós toda a espécie de qualidades, mas não o fazem, porque elas não durariam. O amor, os conhecimentos, os poderes, não poderiam vir de fora como se e deitasse vinho numa garrafa. Somos nós que devemos trabalhar todos os dias para transformar nossos "odres". Infelizmente, todas as escolas em que se pedem esforços não têm muito sucesso, ao passo que aquelas em que se prometem todas as bênçãos sem ser necessário fazer nada há sempre uma multidão. É por isso que os verdadeiros ensinamentos não atraem discípulos.
O Céu está a preparar o envio de correntes poderosas, semelhantes a um vinho novo, e os odres que não estão preparados para suportar este vinho da renovação não poderão subsistir, porque o mundo invisível quer encher todos os odres tanto os velhos como os novos. Isto significa que está a chegar a época em que os grandes mistérios serão revelados. A humanidade é composta de odres velhos e novos, mas, novos ou usados, pouco importa; quando o vinho for trazido, não haverá escolha: todos serão cheios. Os novos subsistirão; e se os velhos rebentarem, paciência! O que e há-de fazer?
(1), referência a algumas práticas espirituais erradas, ensinadas por falsos mestres, que podem ser perigosas e introduzir em nós algo nocivo, vindo do baixo astral.
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(Finalizado sobre os Odres)
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Do Livro: «Nova Luz Sobre os Evangelhos», de palestras o vivo de Omraam Mikhael Aivanhov.
Colecção Izvor
Éditions Prosveta (França)/ Publicações Maitreya (Portugal)
(Florinda Isabel)
Jamais encontrareis um verdadeiro Iniciado que vos dê receitas que vos tornarão sensatos e fortes de um momento para o outro. A transformação dos seres só é possível por intermédio de um trabalho ininterrupto em cada dia. Se alguém vos disser: «Aqui tendes esta fórmula, estes pantáculos, estes processos mágicos; eles salvar-vos-ão instantaneamente», isso serão mentiras de uma cultura que tem interesse em vos enganar. Um verdadeiro Mestre dir-vos-á: «Meus filhos, tudo é possível, mas apenas se vos esforçardes; desse modo, o que obtivestes terá penetrado tão profundamente em vós, que ninguém vo-lo poderá tirar.» Nada do que se obtém por meios imediatos, por processos mágicos, pode ser duradouro. Pouco tempo depois, perde-se tudo o que se julgava possuir, porque essas aquisições não vieram de dentro, por esforços pessoais.
Existem Mestres que, num instante, poderiam desenvolver em vós toda a espécie de qualidades, mas não o fazem, porque elas não durariam. O amor, os conhecimentos, os poderes, não poderiam vir de fora como se e deitasse vinho numa garrafa. Somos nós que devemos trabalhar todos os dias para transformar nossos "odres". Infelizmente, todas as escolas em que se pedem esforços não têm muito sucesso, ao passo que aquelas em que se prometem todas as bênçãos sem ser necessário fazer nada há sempre uma multidão. É por isso que os verdadeiros ensinamentos não atraem discípulos.
O Céu está a preparar o envio de correntes poderosas, semelhantes a um vinho novo, e os odres que não estão preparados para suportar este vinho da renovação não poderão subsistir, porque o mundo invisível quer encher todos os odres tanto os velhos como os novos. Isto significa que está a chegar a época em que os grandes mistérios serão revelados. A humanidade é composta de odres velhos e novos, mas, novos ou usados, pouco importa; quando o vinho for trazido, não haverá escolha: todos serão cheios. Os novos subsistirão; e se os velhos rebentarem, paciência! O que e há-de fazer?
(1), referência a algumas práticas espirituais erradas, ensinadas por falsos mestres, que podem ser perigosas e introduzir em nós algo nocivo, vindo do baixo astral.
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(Finalizado sobre os Odres)
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Do Livro: «Nova Luz Sobre os Evangelhos», de palestras o vivo de Omraam Mikhael Aivanhov.
Colecção Izvor
Éditions Prosveta (França)/ Publicações Maitreya (Portugal)
(Florinda Isabel)
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