segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

(14) O AMADO MESTRE DISSE... (2ª SÉRIE)

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O Amado Mestre Disse... (2ª Série)

A questão da personalidade e da individualidade é um problema para toda a vida, pois é muito frequente o homem, quando crê que está a ser bem inspirado, na realidade pode estar a ser aconselhado e atraído  pela sua personalidade, que o arrasta para as piores infelicidades. A individualidade bem tenta preveni-lo das consequências dos seus actos e dos acidentes que o ameaçam, mas ele não a escuta e até a manda calar. Por isso, o nosso primeiro trabalho consiste em nos observarmos continuamente: perante cada ideia e cada desejo que nos atravessa, devemos ter o cuidado de perceber qual é a sua natureza... Sim, conhecer a natureza de cada impulso, para sabermos em que sentido é que ele vai arrastar-nos. Infelizmente, muito poucos estão habituados a fazer este esforço; os outros deixam-se arrastar, sucumbem, embarcam na personalidade, e depois são assaltados por desilusões e remorsos. Se pudésseis penetrar no coração dos humanos ou escutar as suas confissões, ficaríeis horrorizados! Eu fico muitas vezes horrorizado com tudo  o que vêm dizer-me e concluo daí que os humanos não têm uma noção adequada acerca das duas naturezas que neles se manifestam.
Os humanos são impelidos a satisfazer os seus desejos inferiores, pensando que serão eles mesmos a tirar proveito disso. De modo nenhum! É para outros que eles estão a trabalhar, mas só se apercebem disso no fim, quando já perderam tudo: as suas forças, a sua alegria, as suas inspirações. Com efeito, existem entidades invisíveis que o homem não conhece e que vêm constantemente alimentar-se à sua custa. No dia em que ele se apercebe disso, compreende que, durante toda a sua vida, esteve a trabalhar para os outros e não para ele próprio, isto é, para a parte imortal  do seu ser que deve continuamente enriquecer-se, expandir-se. E quem serão esses "outros"? Explicar-vos isso seria muito demorado: existem tantas entidades destas, que têm interesse em se alimentar à nossa conta! Gerações inteiras trabalharam para as satisfazer  e agora nós temos uma herança, trazemos connosco muitas dessas criaturas, que, sem nos apercebermos, se aproveitam de nós. Se um dia pudéssemos ter a revelação disso, a consciência disso,  renunciaríamos a trabalhar para elas... Mas, em contrapartida, existem outras criaturas no mundo invisível, para as quais podemos trabalhar e sermos nós próprios a ganhar continuamente, porque cada um  dos nossos esforços para as contentar e as satisfazer faz aumentar o nosso património, a nossa riqueza, a nossa força.
Pelo Mestre Omraam Mikhael Aivanhov (1900-1986) filósofo e pedagogo francês, de origem búlgara.
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Livro: «A Chave Essencial»
Éditions Prosveta/Publicações Maitreya_ Portugal.
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(Florinda Rosa Isabel)










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