domingo, 20 de agosto de 2017

(2º) «SANTOS DA CASA NÃO FAZEM MILAGRES»

   (2º)
   «Santos da Casa Não Fazem Milagres» 

  Acredito que  descemos à Terra já com uma missão específica consoante os nossos dons. Mas também acredito que, devido a actuação daqueles que interagem connosco, pois se a vida deles mudar  e  se reflectir em nós,  devido a compromissos que tenhamos com eles, teremos de  fazer como  se faz quando  iniciamos uma viagem para chegar a determinado sítio  e encontramos muitas estradas cortadas  ou demasiados engarrafamentos: alterar a rota...
   Meus Padrinhos tomaram conta de mim, tinha eu à volta de dois anos e meio e, como meu Padrinho não podia_ naquele tempo  havia muitos dias de serviço nos Bombeiros Municipais de Lisboa, onde ele estava  empregado e poucas folgas_, era a Madrinha que ia a Ortiga. Raramente, é certo, mas era ela sempre, meu  Padrinho apenas ia numas curtas férias para a colheita da azeitona.
   Não recordo quase nada da minha infância, apenas raros vislumbres e já me deixei de tentar saber, pois poderia fazê-lo, mas bastou-me descobrir o que aconteceu ainda dentro do ventre materno, e os porquês deste meu sofrimento para me alimentar, que sempre me acompanhou desde sempre, para compreender que estes bloqueios de memória são para meu bem e não devo forçar nada...
   Mas, voltando ao que me levou a escrever este segundo artigo com o mesmo título, é para  dizer que minha Madrinha contava que, quando me levava pela mão (não sei com que idade)  e nos aproximávamos de algum local perigoso, poço, barrancos, etc.,  eu soltava-me, agarrava-lhe a mão do lado do perigo e dizia: «Vá, tem cuidado, eu vou deste lado para não caíres ali para dentro, eu seguro-te!»
   Bem, ela contava-me aquilo a achar muita graça, mas eu, actualmente, compreendo que  o meu instinto de tentar ajudar e proteger os outros estava já bem patente.
    A minha vida deu muitas voltas, demasiadas voltas... Até que fui parar à Ortiga numa espécie de semi-definitivo... Mas, onde eu estivesse, era aí que deveria cumprir minha missão, pois  a fronteiras não existem, são imaginárias perante o Universo, foram criadas pelos humanos, para melhor se orientarem na forma de o governarem. O Cosmos não o dividiu por países, muito menos por aldeias. 
Assim, tentei cumprir minha missão em Ortiga. Mas, para viver lá, eu precisaria ter  acesso a um local onde pretendia fazer uma espécie de santuário, ter  árvores, jardim, um local sossegado para recolhimento...
    Eu tinha esse terreno, mas sem acessos para ele, portanto, impossível construir lá.
Tentei tudo, mas TUDO, o que me foi possível! 
Não vou entrar em pormenores, foram situações inimagináveis por que passei...  Até que a única possibilidade foi adquirida por alguém, com a promessa de  construir em arco, para  deixar  um caminho para veículos por baixo. Construiu uma garagem, ficou tudo fechado!
   Desejo que todos  aqueles que contribuíram para que eu, hoje, não esteja  a viver em Ortiga, estejam bem e felizes, porque essas recusas foram bênçãos para mim. Se por lá ficasse, jamais viria a conhecer uma família que me ama, de coração,  e à qual eu amo, pois essa família "adoptiva" e a que  já tinha, do lado do meu marido, é tudo quanto necessito para ser completamente feliz e continuar a  cumprir a minha missão no local onde me encontro.
Quanto à Ortiga,  como tenho minha cronologia pública, os que acreditarem  na minha missão, podem ver o que posto. Os que não acreditarem, não entrem.  É tão simples quanto isto.
Muita Luz, muita Paz e muito Amor para todos nós.
Florinda Rosa Isabel











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