quinta-feira, 31 de agosto de 2017

ENSAIO (SOMOS INIMIGOS DE NÓS PRÓPRIOS)


Texto que criei para os Jogos Florais de uma Universidade Sénior no Algarve, que enviara o convite à Universidade da Câmara Municipal de Lisboa, em 06 de Abril de 2010. Mas, infelizmente, ainda muito actualizado...
ENSAIO (Somos Inimigos de Nós Próprios)
Avida moderna é causadora de todo o mal que nos acontece. A falta de saúde condiciona todas as decisões. As pessoas dormem mal, adormecem ao volante ou a operar máquinas. A má qualidade de vida leva ao stress e contribui para desajustes familiares.
Alguns adolescentes comandam a guerra através de jogos no próprio quarto. Dormem pouco, acordam fatigados.. Entram cada vez mais cedo na vida nocturna: álcool, droga, deitam-se quando deviam levantar-se. Uma pessoa alcoolizada ou drogada pode fazer o inconscientemente. Estes sãos os principais porquês da violência juvenil que, por vezes, acaba em tragédia, culminando, até, no assassinato dos progenitores. O mesmo se aplica aos pais que matam os filhos: pouco descanso, muito stress.
A Ciência ensina que é entre as 21 horas e as 07 da manhã que o organismo tem programada a limpeza geral de tóxicos através do sistema linfático. A vida moderna exige que nos ocupemos de serviços domésticos. O pouco tempo que sobra é para telenovelas, concursos e tragédias mundiais. Garantimos que não somos afectados pelo que vimos, mas temos algo invisível que está sempre activo: o subconsciente. Este regula a qualidade do sono: se absorveu negatividade, não podemos contar com um sono reparador.
Cada vez mais crianças sofrem de câncer. Algumas fumaram no ventre materno e continuam a fumar fora dele. Ingerem comida de plástico, com aditivos potencialmente cancerígenos. Os pais não têm tempo para lhes confeccionar comida saudável.
Há quem não consiga ingerir alimentos antes do almoço. Trabalhar ou estudar sem a reposição de nutrientes pode ser comparado a um veículo que tem o depósito vazio e o dono quer obrigá-lo a mover-se. Nós movemo-nos porque temos cérebro e este obriga o corpo a excessos, mas, um dia, há um basta! Ficamos vulneráveis a doenças, o rendimento das actividades cai abruptamente. Se os nutrientes no cérebro são insuficientes, inicia-se a degeneração paulatina.
Também o calçado prático, com solas demasiado impermeáveis, impedem o benefício telúrico, imprescindível à manutenção do ser humano. São algumas modernices confortáveis que vão conduzir a doenças desagradáveis.
Estamos a contribuir para uma geração doente. Há pais que pagam a seguranças para acompanharem as filhas na vida nocturna. Se o perigo pode estar ao volante de um carro, conduzido por alguém embriagado, essa mesma embriaguez pode incapacitar, devido ao organismo ser forçado a eliminar o tóxico alcoólico, sobrecarregando fígado, rins e coração. Por vezes, decorrem anos de bem-estar e euforia, são jovens aparentemente saudáveis, mas, quando menos esperam, bate-lhes à porta a doença. Uns, morrem subitamente; outros, carregam a cruz do sofrimento: internamentos constantes, longa espera por um transplante que lhes devolva alguma qualidade de vida. Os que não conseguem suportar, suicidam-se.
Os pais não têm tempo para acompanhar o crescimento e a educação dos filhos. Trabalho excessivo para se comprar, por vezes, algo inútil. «Quanto mais se consome, mais empregos se criam, dizem». Errado! Mais crude derramado nos mares, mais indústria a poluir, mais rios entulhados de imundícies, peixes mortos, aumento de doenças, larga fatia do orçamento doméstico para a farmácia. Quanto mais se consome, maior quantidade de minério se arranca das entranhas da terra, depauperando a sua força anímica (porque a Terra também possui alma). O minério é um dos nutrientes que alimentam a nossa Mãe-Terra desde as profundezas, contribuindo para o equilíbrio natural da Vida.
Também o sexo moderno, violento, importado dos salões eróticos e de algumas telenovelas tem contribuído para o aumento do câncer da mama, entre mulheres muito jovens, para o qual já bastavam os químicos alimentares. Tudo em nome de: «Temos de experimentar novas sensações!».
Pelo Carnaval, em Itália, inutilizaram-se 500 toneladas de laranjas numa «batalha naval». Noutros locais, festejam com tomate. Com a fome que grassa, um pouco, por todo o planeta, estas festas são um CRIME! Inutilizar alimentos por divertimento, é uma das atitudes mais vergonhosas que a raça humana põe em prática! É pecar contra os famintos e pecar contra Deus, O Supremo Produtor!
Da Islândia chegou o aviso: «Não à ganância! A Natureza informa que nem as grandes fortunas conseguem comprá-la. E que a Humanidade está toda no mesmo barco».
Não precisamos viver como a humanidade da pré-história, mas de adoptar alguns estilos de vida
dos nossos antepassados: menos consumo, tempo para apreciarmos o que temos e… seremos felizes!


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