sábado, 29 de abril de 2017

EU, FACEBOOKIANDO: «DETESTO!»

DETESTO!
Detesto, sim, quando sou privada da minha liberdade de movimentos, são tantos os tormentos, quando alguns elementos, empecilhentos se agarram a mim...
É o fim!
Não compreendo por que as pessoas gostam tanto de andar de braço dado... Oh, que enfado!
Gosto de livre ser, andar ou correr, o que me apetecer...
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Não estou a falar das pessoas previamente contratadas para acompanharem outras, idosas e fragilizadas, pois isso tem adaptações prévias. Eu refiro-me, por exemplo, a um grupo de pessoas conhecidas ente si.
Acontece comigo, pessoas conhecidas de outras que eu já conheço, se nos encontramos na rua, há sempre apresentações e logo alguma se aproxima de mim e enfia o braço dela no meu, para ir conversando... Como se as conversas rotineiras dos almoços e jantares, das brigas com os filhos ou os maridos, as gracinhas dos animais de companhia ou as espertezas dos seus netos mais lindos e inteligentes do mundo_que nem conheço_ tenham algum interesse para mim.
É terrível tolherem-me os movimentos, eu ando depressa e, apesar da minha baixa estatura, dou passadas largas... Não gosto de andar a passo de caracol, pronto!
Ir ali, limitada... Depois, quando uma pessoa é mais alta do que eu, pareço a malinha de mão, quase pendurada no braço dela... Se é mais baixa, faz pressão no meu braço, tenho de ir torcida, a acompanhar os passos da "pendura"...
Que tiazinhas! A pararem, a voltarem-se para trás, a falarem das novelas... Da vida dos artistas... do futebol... Brrrr!
O que me vale, é que isto está a ser raro acontecer, eu estou no afasta, afasta...
Que mania que as pessoas têm do agarranço!
Eu não consigo compreender certas atitudes! Se me vêem em pé, até nas paragens dos transportes públicos, não se calam com o "sente-se!". Se digo que gosto de estar em pé, vêm direito a mim e puxam-me: «Vá, sente-se! Está ali um banco, está em pé para quê?»
Como se eu não fosse já capaz de decidir por mim se quero ou não sentar-me.. Irra!
Nos transportes públicos, mesmo que haja muitos lugares vagos, tudo se vem instalar no banco ao meu lado, obrigando-me a ter de ir com a mochila no colo. Tudo bem, eu não tenho o direito de ocupar mais do que um lugar, mas havendo bastantes bancos totalmente disponíveis, sem ninguém, por que carga de água é que se pespega todo o mundo onde eu estou?
Às vezes, quando entro no metropolitano e está cheio, alguns jovens oferecem-me o lugar. Se eu agradeço e recuso, é logo um alarido dos passageiros próximos:«Ó senhora, sente-se!» E nem compreendem que eu não me posso soltar do varão onde vou bem firme e ir por aí fora desamparada e com uma da mãos ocupadas com as compras, para me sentar só por uma ou duas estações... Depois, para sair, novamente desamparada enquanto o comboio vai afrouxando, porque não dá tempo de levantar e passar no meio dos passageiros, desde que pára totalmente até eu chegar à saída. Assim que não há ninguém a sair, arranca logo.
Que diacho! Por que é que é que as pessoas são tão metidas na vida dos outros? Eu, quando noto alguma dificuldade numa pessoa debilitada, ofereço minha ajuda, dentro das minhas possibilidades, claro. Se aceita, ajudo, se recusa, fico quieta.
Brrrrrrr!
Florinda Rosa Isabel

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