quinta-feira, 27 de abril de 2017

«O LUXO DO PORQUINHO DA ÍNDIA...» MEU ARTIGO DE ABRIL/2017, NO JORNAL VOZ DA MINHA TERRA, CONCELHO DE MAÇÃO

O LUXO DO PORQUINHO-DA-ÍNDIA...
 Abriu um estabelecimento perto de mim que, começando por ser um pronto-a-vestir para cães, até com capas bordadas, agora também se dedica ao vestuário de outras espécies e tem para todo o bicho exótico que o exótico ser humano pensar em meter dentro de sua casa. Vi na montra uma espécie de saco-cama, todo fechado por baixo e dos lados, tendo no cimo uma abertura, com dobra bordada... E explicava que era para os porquinhos-da-Índia.
 Os cientistas afirmam que quarenta e quatro milhões de pessoas estão dementes em todo o planeta. Eu não duvido. E acredito que essa demência só começará a abrandar quando nos voltarmos um pouco mais para o trabalho ancestral nos campos, embora não tão rígido, pois temos outras formas de não ser tão violento. O homem moderno tenta manter a forma através de idas a ginásios ou “modernices” em casa, e as ervas daninhas são mortas à custa de químicos agressivos, que contaminam o solo, as águas e, claro, como é no chão que tudo se cria, ingerimos diariamente uma grande quantidade de químicos que, lentamente, acaba por atingir todo o nosso organismo. Começa nas pernas, começamos a  não poder andar, até chegar  aos miolos… E começam os disparates.
 Depois, existem os que criticam quem critica, alegando que as pessoas são livres de exercerem seu livre-arbítrio e não se deve julgar ninguém. Mas eu entendo que não se deve julgar quem só prejudica a si próprio. De contrário, quando somos todos atingidos, devem ser chamados à atenção, sim!
Que os animais tenham conforto, bem-estar, cuidados de saúde e higiene, é o dever de quem se responsabiliza por eles. Mas o luxo, a vaidade, não são necessários, eles não valorizam isso. E o dinheiro que gastam nessas fantasias dava para ajudar os animais de rua, que têm sede e fome! E, por vezes, até os fazem sofrer, repuxando-lhes os pelos para colocarem enfeites, aplicando-lhes tinta nos pêlos, como se eles apreciassem tatuagens… Estas atitudes são mesmo de quem não está mentalmente são…
Ultimamente, o Activismo da Causa Animal sofreu alguns reveses, estão a perder causas que ganharam nos últimos anos, leis que protegiam os animais, que foram assinadas e entraram em vigor, foram rasgadas! Uma delas era a proibição do comércio de “foie gras”. Os gansos são obrigados a ingerir comida através de um funil metido na boca até ficarem com o fígado inchado_ o tal fígado gordo. É daí que saem esses patés, que os humanos apreciadores comem e pagam bem caro, principalmente na sua saúde… Mas ninguém é obrigado a comer isso, ao contrário dos gansos, que têm de suportar um funil introduzido pelo bico e onde vária comida é introduzida diariamente. Alguns acabam por cair, não conseguem levantar-se, devido ao  peso do fígado inchado. Por vezes, são atacados e mordidos por ratos, que lhes arrancam pedaços de carne! Como não sentirmos tristeza por esta situação dos pobres animais? Eu também assinei várias petições, o ano passado, muitos países proibiram, mas este ano invalidaram a proibição, cederam à grande Indústria alimentar…
Mas a maioria dos a activistas não compreende que aquilo que o homem semeia ele colhe. Eles saem para as manifestações com o coração cheio de ódio… A maioria deles grita! Insulta! Pragueja! Muitos deles envergam roupas com símbolos satânicos e de morte, com caveiras e ossos cruzados, roupas negras, gestos demoníacos…
Quando querem valer-se de argumentos de peso para a prática do veganismo, apresentam homens vegans que praticam culturismo, corpo coberto de tatuagens, músculos tão salientes que até parece que lhes nasceram seios (a ciência já comprovou que seus músculos são mais fracos do que os desenvolvidos naturalmente), com a legenda: «Eu Sou Vegan!».  Querem todos os aviários encerrados rapidamente, mas muitos deles têm uma grande quantidade de gatos e cães ao seu cuidado e, claro, têm de se valer das latinhas de comida com pedaços de carne de frango, porco, vaca, etc., etc… Ou ração, feita das sobras de carne, que a indústria  envia para as fábricas de ração, onde vai toda a porcaria, contribuindo para que os animais andem constantemente doentes. E ai de quem diga que lhes dá da sua comida, começam logo na censura dos “restos”…
 Publicam frases, tipo: «Não aos julgamentos!». Pois… Não aos julgamentos, desde que os actos de quem  é julgado não prejudiquem toda uma comunidade. Mais de quantos têm de recorrer a urgências hospitalares, com os “furos” infectados, por sua culpa (quando nascemos já trouxemos connosco os “furos básicos”), aumentando a longa lista, prejudicando pessoas que não foram culpadas do seu padecimento e têm de aguardar que o “furado” seja atendido…
Sim, eu acredito que parte da população do planeta esteja demente: sujeitar-se ao sofrimento e possíveis infecções, para furar o corpo; e gastar dinheiro no luxo do porquinho-da-índia, são dois exemplos incontestáveis dessa demência.
03 de Abril de 2017
Florinda Rosa Isabel






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