quinta-feira, 2 de novembro de 2017

A CAIXINHA ADORNADA COM UM LACINHO DE SEDA...


Algo está errado na nossa sociedade. Não de hoje, mas de há muitíssimos anos, quando se deu a verdadeira "queda do homem".
Esta "queda" deu-se quando ele descobriu que era muito mais fácil guardar notas de banco debaixo do colchão do que os produtos comestíveis que utilizavam nas trocas ente si.
Assim, de ganância em corrupção, chegámos aos dias de hoje, em que o homem é um sorvedouro dos recursos naturais do planeta, este nosso lar que está já com os pés para a cova.
Os bons costumes foram acabando, os maus vão continuando ou aumentando.
Vêm por aqui doutos lançar as suas estúpidas ideias e, depois, muitos internautas partilham e nem meditam no que aquelas palavras querem dizer, desde que agradem ao seu modo de viver, claro.
Posso começar por uma que circula desde há muito tempo, tanto pelo facebook como por e-mail, que apresenta como ponto de partida o exemplo do jovem casal, prestes a festejar algo relacionado com a sua data de casamento, mas ela morre subitamente e o jovem marido, aquando o funeral, coloca na urna uma linda caixinha, adornada com um laço de seda, e debruça-se sobre o corpo, vertendo algum pranto. A urna é fechada e só ele fica conhecendo seu conteúdo.
Então, esta inteligência rara, com a cabeça cheia de caca de galinha, explica que aquela caixinha tinha dentro peças de lingerie que a jovem esposa pensava usar no tão esperado dia de comemorações sobre o seu grande amor.
E, então, este ilustre pensador ou pensadora (que não sei quem é, a coisa vinha sem autoria...), aconselhava a não se guardar nada por estrear, usar logo!
Pois!... Muito bom conselho para ser aproveitado por egoístas, que receiam deixar cá alguma coisa em bom estado para os outros!
Eu tenho algumas roupas interiores ainda por estrear. Comprei, para ter de reserva, para o caso não enxugar a que lavasse, outras, porque me ofereceram.
Mas não vou estrear nada sem gastar até ao último fio todos os trapinhos ainda aproveitáveis, uma vez que, se eu esticar os manjericos e não as tiver estreado, qualquer pessoa as poderá usar, sem constrangimento: se nunca usei, não pertenceram ao meu corpo.
E mais, no mesmo post é sugerido que não se guardem coisas a pensar que possam fazer falta, pois isso afecta a vinda de riquezas para nós, é uma prova de que tememos a miséria e isso é atraí-la...
Pois sim, vão nessa! Vão deitando fora, que logo no dia seguinte vão achar falta e têm de comprar igual, com dois prejuízos: um, ambiental; outro, financeiro...
Acredito que "Aqueles" que a Mãe Natureza_ a criadora de todos os recursos de que dispomos na Terra_ envia para ver o nosso comportamento, topam gente assim, digam logo: «Companheiro, aponta aí o nome deste esbanjador, deste delapidador dos recursos naturais que a todos pertencem, pois que lhe foram doados pela amada Mãe Terra!»
Quanto mais desperdiçam, mais reciclagem tem de se fazer, mais produtos novos a Mãe tem que deixar extrair das suas entranhas, e ela está tão debilitada, por conta de predadores deste calibre, de vaidosos, que só pensa em mostrar aos outros as coisas novas que adquiriram!
Florinda Rosa Isabel

Mostrar mais reaçõ

Sem comentários:

Enviar um comentário