O Yoga da Alimentação - 18 Outubro 2016
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Caros Amigos,
Como habitualmente às terças-feiras, partilhamos mais um texto que aleatoriamente foi selecionado, esperando que vá ao encontro da necessidade da maior parte de vós. O livro hoje selecionado foi O YOGA DA ALIMENTAÇÃO, do Mestre Omraam Mikhaël Aïvanhov, inserido na Colecção "Prosveta".
VI Capítulo - MORAL DA ALIMENTAÇÃO (parte)
Nem todos têm o mesmo estômago, eu sei, e ao longo da minha vida tenho encontrado autênticos fenómenos. Como Tséko, por exemplo, um irmão da Fraternidade da Bulgária: o seu apetite causava admiração, pois ele parecia nunca estar satisfeito. Era um moço gentil, amigo de servir, sempre sorridente, sempre amável. Como era extremamente forte, carregava com as bagagens de toda a gente. Quando a Fraternidade ia acampar no alto do Mussala, ele subia carregado como um burro: as irmãs, sobretudo as mais idosas, entregavam-lhe as suas bagagens e ele aceitava tudo sem ripostar, sem resmungar. Quando nos voltávamos para trás, enquanto caminhávamos, víamos uma montanha a avançar. Muitas vezes, até, era ele que transportava às costas o samovar* de que os irmãos e irmãs se serviam para fazer o chá, e levava-o com brasas e tudo; a água começava a ferver e nós ouvíamos apitos, víamos fumo, e Tséko avançava tranquilamente, parecia uma locomotiva. Evidentemente, com um feitio tão bom, todos o achavam simpático e queriam convidá-lo. Mas, por toda a parte onde ia, ele comia tudo o que existia em cima da mesa. Se alguém queria guardar alguma coisa, não deveria, acima de tudo, deixá-la ao alcance dos seus olhos, pois desaparecia tudo naquele estômago único no mundo. Quando acampávamos em Rila, por vezes sobrava das refeições uma certa quantidade de comida que era posta de lado para ser deitada fora, porque já estava fermentada. Mas, quando as irmãs que se ocupavam da cozinha iam procurar essa comida para a pôr no lixo, ela tinha desaparecido: o Tséko comera-a. Mas, o que quer que comesse, ele nunca ficava doente. O Mestre Peter Deunov, dando-se conta do fenómeno que era aquele irmão, enviava para junto dele todos os que não tinham apetite: eles recuperavam o apetite só de ver Tséko comer. Sim, era um verdadeiro fenómeno! E não é tudo. Apesar de não ter nenhuma instrução, ele começou a escrever poemas. Acreditava que a poesia consistia em encontrar rimas e então escrevia coisas que não tinham pés nem cabeça, mas que rimavam! Evidentemente, quando ele lia esses “poemas”, não podíamos deixar de rir, tão cómico era. Ele via bem que estavam a gozá-lo, mas, imperturbavelmente, com o seu sorriso – jamais ele se sentiu ofendido com as troças ou as críticas –, continuava a ler-nos os seus poemas junto do fogo, à noite, em Rila. Mas, um dia, Tséko começou a escrever poesia a sério e todos ficaram espantados. Já ninguém gozava, já ninguém troçava. Em seguida, ele quis compor música, escrever cânticos. Aí, uma vez mais, todos começaram a rir e a troçar: Tséko compositor! Mas cedo pudémos aperceber-nos de que os irmãos e irmãs que passeavam pelas montanhas, perto do lago de Rila, trauteavam as árias de Tséko e cantavam os seus cânticos. Ele era eletricista, e um dia soubemos, com grande mágoa, que, ao fazer um trabalho num poste elétrico, ele apanhara um choque e caíra. Foi assim que Tséko morreu. Todos lamentaram e, cinquenta anos depois, ainda penso muitas vezes nele. Na verdade, nunca vi um estômago semelhante ao seu. Mas vós não sois Tséko e deveis saber que o excesso de comida é nocivo para a saúde. Além disso, comendo mais do que aquilo que é necessário, vós consumis o que era destinado aos outros e, se muita gente fizer o mesmo, uns comem demasiado e outros não têm o suficiente; daí surge um desequilíbrio no mundo. Os mal-entendidos, as revoluções, as guerras, têm por origem a inveja, a avidez, a falta de moderação daqueles que acumulam riquezas (comidas, terrenos, objetos) de que os outros ficam privados. Mas a consciência coletiva não está ainda desperta nas pessoas de modo a elas poderem compreender e prever as consequências remotas, as perturbações que estas tendências podem provocar. Esta necessidade de consumir, de absorver mais do que o necessário, impele os seres a dominarem os outros e até a suprimi-los à mínima resistência ou oposição. Mesmo que seja minúscula, esta necessidade é o ponto de partida para grandes catástrofes. É necessário, pois, dominar esse instinto, conhecer a sua amplitude e as suas regras. Se ele não for vigiado, pode assumir proporções tão gigantescas em todos os domínios da existência, que se tornará uma fonte das maiores desgraças. Eis a razão por que o discípulo deve aprender a ser moderado na alimentação, a não ultrapassar os seus próprios limites. Ele deve saber parar antes de estar cheio. Aqueles que não sabem parar alimentam desejos, existentes neles, que não são naturais, tornam-se como as pessoas ricas que têm uma necessidade doentia de monopolizar tudo. Já são ricas, mas as suas ambições e a sua cobiça são tão gigantescas que elas querem engolir o mundo inteiro. Jesus dizia: «É mais fácil a um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que a um rico entrar no Reino de Deus.» Durante dois mil anos, esta imagem nunca foi explicada, e para certas pessoas, que não conheciam o argumento em que Jesus se apoiava, era uma imagem bizarra. Na realidade, Jesus não estava a referir-se ao corpo físico, mas ao corpo astral. No rico, o corpo de desejos, o corpo astral, está tão inchado, tão dilatado, por causa das suas cobiças excessivas, que se torna como um tumor imenso que o impede de passar através da porta, porém bastante ampla, do Reino de Deus. Ao passo que o corpo astral do camelo é muito pequeno, pois ele é sóbrio e contenta-se com pouco. Por isso, ele é capaz de atravessar os desertos; onde todos sucumbem, o camelo continua. Portanto, como estais a ver, aqueles que nunca se preocuparam com esta questão e comem desregradamente estão a gerar, nos seus corpos astrais, tumores que os impedirão de passar as portas da Iniciação.2 Ao mesmo tempo, endividam-se, pois consomem aquilo que pertence a outros, e esta atitude é contrária às leis do mundo espiritual, que exigem uma organização, uma distribuição equitativa e harmoniosa das coisas Se os seres do alto veem que tendes uma mentalidade egoísta e grosseira, não vos aceitam no seu meio. Eles dizem-vos: «Ficai aí em baixo, na selva, onde os animais se comem entre si; é aí o vosso lugar», e não ganhareis nada queixando-vos de que estão a torturar-vos, a picar-vos, pois, enquanto não raciocinardes de acordo com a filosofia da Grande Fraternidade Branca Universal, sofrereis e as portas do Céu manter-se-ão fechadas para vós. É preciso compreender que a questão da alimentação não se limita aos alimentos físicos. No domínio dos sentimentos e dos pensamentos, verificam- se as mesmas leis. Os amantes que comem desmesuradamente, até à saciedade, também acabam por ter tumores nos seus corpos astrais, e a porta do Céu é-lhes vedada. A prova de que o Céu se fechou para eles é que ficam completamente enfastiados, enjoados, todas as suas inspirações desaparecem, e eles separam-se, matam-se uns aos outros. Abandonai, pois, a ideia de que é preciso comer muito para estar de boa saúde. Impelidas pelo amor que têm pelos filhos, certas mães julgam que agem bem enchendo-os de comida. Essas mães são estúpidas! Em vez de empanturrar uma criança, deve- -se ensinar-lhe como comer e a fazê-lo com moderação, levando-a a compreender que, ao comer e beber mais do que aquilo que lhe faz falta, está a privar os outros, de uma maneira ou outra: se não for no plano físico, será nos planos astral ou mental... Ora, é preciso pensar nos outros. Quantos de vós pensam em partilhar as suas riquezas quando vivem na abundância? Refiro-me aqui, sobretudo, aos sentimentos e aos pensamentos. Há dias em que vos sentis maravilhados, ricos, felizes... Será que nesses momentos vós pensais em distribuir um pouco da vossa felicidade a todos aqueles que sofrem e vivem na desolação? Não, guardais tudo para vós.
Até breve!
18 de Outubro, 2016
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