FELIZ PÁSCOA A TODOS, NA PAZ, NA LUZ DIVINA, NO AMOR DIVINO!
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“Uma chama é tão fraca que basta um sopro para apagá-la. Mas, se a alimentardes, ela poderá tornar-se um autêntico braseiro e os mesmos sopros que antes a ameaçavam vão agora reforçá-la ao ponto de já nada poder resistir-lhe. Porque é que a mesma causa – o vento – pode produzir efeitos contrários? É muito simples: pessoas fortes e pessoas fracas reagem de modo diferente às mesmas causas.
A chama é um símbolo do espírito e, se a descurais, se não a alimentais, à menor dificuldade, à menor oposição, ela apagar-se-á. Encontramos muitas pessoas assim, cujo espírito já está morto. É claro que elas continuam a andar de um lado para o outro, a divertir-se, a fazer pequenas coisas, a aborrecer-se umas às outras, mas o seu espírito está quase apagado e, logo que encontram um obstáculo, desanimam, capitulam e acabou-se! Outras, pelo contrário, souberam reforçar o seu espírito pela prece, pela meditação, pela contemplação, e os obstáculos não só não as detêm, como as exaltam e as impelem a ir mais longe, ainda com mais ardor, enfrentando todas as oposições. Assim, as mesmas dificuldades que derrubam os fracos reforçam todos aqueles que são verdadeiramente animados pelo espírito. Mas não devemos contar com o espírito e deixar andar, dizendo: «Ora! O espírito é poderoso e está bem equipado; ele virá socorrer-me nas dificuldades.» Não, ele só é poderoso e só está bem equipado se vós próprios o alimentardes incessantemente.Todos tendes uma chama em vós e, por muito fraca que ela seja, tendes o poder de a alimentar para que ela se torne um braseiro gigantesco. Mas começai por ser prudentes, não vos expondo a correntes que podem aniquilar a vossa fé, o vosso amor, a vossa esperança. Não vos relacioneis com qualquer pessoa, não leiais qualquer livro, não vejais qualquer espectáculo. Escolhei alimentos afectivos, intelectuais e espirituais que vos reforcem interiormente. Quando fordes verdadeiramente fortes, podereis confrontar-vos com tudo, e as mesmas situações e encontros que antes vos teriam demolido, agora, pelo contrário, aumentarão a vossa luz e a vossa paz. Quando a chama da vela encontra alimento suficiente para se tornar um braseiro, o vento já não a apaga, pelo contrário, nessa altura, até podereis acender outras chamas, para que o fogo divino possa propagar-se a todo o mundo. Como acontece nas igrejas ortodoxas pela Páscoa: cada pessoa acende a sua vela na chama daquela que está ao seu lado. Aqueles círios a acenderem-se, uns após outros... parece que o fogo está em andamento..., até que a igreja se enche de uma multidão de pequenas chamas! De igual modo, quem foi capaz de acender o seu círio, o seu espírito, bem como a sua lamparina, a sua alma, na chama celeste, pode acender outros espíritos e outras almas ao seu redor. Isso poderá demorar, é claro, por vezes são necessários anos para lá chegar, porque, interiormente, a pessoa deixa soprar demasiado vento ou cair demasiada chuva; até que, um belo dia, finalmente, consegue: a vela fica acesa e ela começa a emitir um pouco de luz. Então, o vizinho pensa: «Oh, já tenho com que iluminar-me!» E também ele vem acender a sua vela. Depois, vem um segundo, um terceiro... e, continuando assim, um belo dia o mundo inteiro poderá estar cheio de velas acesas!
Todos aqueles que já têm a sua vela acesa devem agora tentar, pelo menos, acender as dos seus pais, dos seus amigos, dos seus filhos. Por que se há-de guardar a luz unicamente para si próprio? Não será assim que o Reino de Deus virá à terra. Aqui sois ensinados a acender a vossa vela, mas isso é também para que possais acender outras, e para tal precisais de aprender a manter a vossa chama.
E se um dia, por infelicidade, a vossa vela se apagar, podereis sempre reacendê-la naquelas que já brilham graças a vós. Quantas vezes se viu isso! Homens e mulheres que estavam convencidos de que tinham conseguido transmitir as suas convicções a outros sentiram-se, um dia, fatigados, desiludidos. Mas, como faziam parte de um movimento que eles próprios tinham desencadeado, não podiam renunciar completamente, foram arrastados e tiveram de continuar a seguir em frente. Sim, mesmo que a vela se apague, se ela continuar no circuito, poderá voltar a acender-se. Aliás, é o que se vê acontecer, por vezes, com os membros de duas gerações sucessivas. Os adultos pregaram a coragem, a abnegação, o combate por um ideal magnífico, mas, como não souberam manter o entusiasmo, acabaram por se deixar desanimar. Mas eis que a nova geração, que tomou a sério as suas lições, está a crescer e a chegar à idade das responsabilidades; então, ela dá um abanão na velha geração, arrasta-a atrás de si, reacende a sua fé e devolve-lhe o gosto de combater pelo bem.
Estais a ver como esta questão vai muito longe? Procurai, pois, tanto quanto puderdes, acender as velas dos outros com a vossa chama, insuflai neles amor e fé. Assim, o fogo continuará sempre a arder e, mesmo que um dia a vossa chama se apagasse, as chamas que vós acendestes viriam socorrer-vos”
(Izvor 232 - “As revelações do fogo e da água”)
Omraam Mikhaël Aïvanhov
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