quinta-feira, 29 de junho de 2017

(02) OS TALISMÃS... DE: «O LIVRO DA MAGIA DIVINA»



  (02) Os Talismãs...  De «O Livro da Magia Divina», de Omraam Mikhael Aivanhov, Éditions Prosveta/Publicações Maitreya_Portugal.

    Na nossa época, os homens perderam a tal ponto o sentido do sagrado que se encontram talismãs até nos mercados e nas feiras, onde vos vendem bugigangas de cores diferentes com os signos do Zodíaco, assegurando-vos que são talismãs únicos que poderão proteger-vos, trazer-vos sucesso e permitir-vos estabelecer relação com as forças cósmicas. Que burla! Aquele que prepara um talismã deve conhecer as leis das correspondências entre os objectos físicos e os astros, as forças e os seres invisíveis. O mágico prepara um objecto sabendo que ele, graças aos metais de que é formado, aos sinais e aos caracteres que possui, pode absorver e reter determinadas forças. O talismã põe-no em ligação com entidades invisíveis para que ele se torne uma fonte de influências boas ou más, harmoniosas ou desarmoniosas. Mas o mago branco, esse, só prepara talismã susceptíveis de produzir as melhores influências.
    Na realidade, o trabalho do mago é idêntico ao da Natureza. A Natureza enche todos os seres vivos de uma essência particular que depois é possível extrair, e o mago faz o mesmo. Sim, porque é possível utilizar a presença das energias naturais em todas as coisas, mas é necessário conhecer as leis e nunca se servir dessas energias para o seu próprio interesse.
     Portanto, não é qualquer um que pode preparar verdadeiros talismãs. É necessário ser muito puro e desinteressado, pois apenas a pureza vos permite actuar eficazmente sobre os objectos e os seres. A maior parte dos que decidem preparar um talismã ignora uma coisa capital: as entidades que eles invocam e ligam ao objecto, para o fazer cumprir esta ou aquela missão, depois exigem um pagamento. Estão dispostas a servir, mas querem ser remuneradas. São invocadas, sim senhor, tornam-se servidoras, mas querem ser alimentadas; será que os que as convocam têm alimento suficiente para as satisfazer?
     Qual é, frequentemente, a situação daquele que quer usar um talismã? Imaginai um rei violento e ambicioso que decide ter um grande exército para lutar contra os seus inimigos e que, para isso, contrata mercenários. Estes mercenários não estão verdadeiramente ligados ao rei que servem: são estrangeiros, não sentem por ele qualquer afecto. Só o interesse os une. Mas eles sentem que  o dinheiro que recebem os obriga a estar submetidos a um ser sem virtude e, por causa disso, alimentam um ressentimento contra o rei. Então, quando o rei empreende uma expedição contra um país longínquo, os mercenários, cansados de suportar longos tormentos por um soberano que não amam, abandonam-no, deixam-no só, e o rei compreende por que é que o seu exército já não o protege. Se o rei tivesse formado um exército não de mercenários, mas de indivíduos ligados à sua pessoa pelo amor e pelo respeito, teria sido apoiado com um ardor e uma fidelidade extraordinários.
     Já vos questionastes sobre as razões pelas quais as pessoas querem talismãs? Na maior parte dos casos, é para alcançarem certos objectivos ou adquirirem poderes, e nessas circunstâncias assemelham-se muito ao rei que possui um exército de mercenários. Para preparar o talismã, elas utilizam a violência obrigando  seres do mundo invisível a servi-las. Por detrás desse desejo de possuir um talismã, estão, na maioria dos casos, a ambição e a preguiça. As pessoas querem realizar algo, ou proteger-se, e dizem: «Quando eu possuir um talismã, poderei dormir tranquilo, outros vigiarão em meu lugar.» Assim, tentam realizar os seus desejos sem esforço. Param de trabalhar, de estudar, de reflectir, de meditar, de rezar, contando inteiramente com o poder do talismã. Naturalmente, existem excepções, mas, em geral, os homens que utilizam talismãs procuram protecção para algo exterior: contratam mercenários sem desenvolverem em si próprios as virtudes que serão os seus verdadeiros protectores. Por isso, mesmo que eles possuam um talismã poderoso, pouco a pouco este perderá o seu poder.
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(Florinda Rosa Isabel)















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