(04) A Palavra Mágica, de «O Livro da Magia Divina», de Omraam Mikhael Aivanhov, Éditions Prosveta/Publicações Maitreya_Portugal.
Mas deveis saber igualmente que existe uma força ainda mais actuante do que a palavra: o pensamento; e, se vos puserdes imediatamente a trabalhar através do pensamento, conseguireis interceptar certas palavras infelizes. É difícil, sem dúvida, porque o pensamento e a palavra pertencem a duas regiões diferentes. A palavra pertence ao plano físico, é uma vibração, uma deslocação de ar, ao passo que o pensamento pertence já ao domínio etérico. Se quereis remediar as más consequências das vossas palavras, podeis concentrar-vos e pedir aos servidores do mundo invisível que impeçam que o mal se produza. Desse modo, não reparareis completamente o mal, mas evitareis o pior. Mas devei ser muito rápidos e o vosso pensamento deve ser muito intenso, senão a ordem de execução será dada e vós sereis considerados responsáveis por todos o danos que causastes.
Há seres que pensam que basta desculparem-se pelo mal que cometeram. Não, é necessário que reparem os estragos, só assim se libertarão. Dizer «Estou desolado, perdoe-me...» é correcto, mas não basta. Quando vos oferecem um presente, dizeis «Obrigado!», mas a palavra "obrigado" não é equivalente àquilo que recebestes. Do mesmo modo, a palavra "perdão" não pode reparar o mal que fizestes. Se incendiastes a casa de alguém, não basta irdes desculpar-vos: deveis construir uma nova casa a essa pessoa, só então sereis perdoados. Direis: «E se a pessoa que lesei me perdoar?» Não, a questão não se decide assim tão facilmente, porque a lei e a pessoa não são a mesma coisa. A lei não vos perdoa, persegue-vos até terdes reparado.
Evidentemente, aquele que perdoou deu mostras de nobreza, de generosidade, libertou-se dos tormentos, das penas que o mantinham nas regiões inferiores. Ao passo que aquele que não perdoa sofre, fica preso à imagem da pessoa que o magoou, pensa nela incessantemente, está amarrado, não avança. Se Jesus disse que é preciso perdoar aos inimigos foi para que o homem se libertasse dos pensamentos negativos e dos rancores que o destroem. Pois, é uma lei extraordinária. Mas, quando perdoais a alguém, a questão da pessoa que vos fez mal não está encerrada. O perdão liberta aquele que foi maltratado, lesado, caluniado, mas não liberta aquele que cometeu a falta. Para se libertar, o culpado tem de reparar.
Ao caluniar alguém, afectaste o seu prestígio ou a sua honra, e daí advêm acontecimentos deploráveis para ele, para a sua evolução. Suponde agora que ides pedir perdão a essa pessoa: se ela vos perdoar, libertar-se-á, é claro, mas como vós não reparastes as calúnias que semeastes, estas continuam a produzir serpentes, tigres, lobos_simbolicamente falando _ que vêm massacrar e devorar as suas ovelhas. Isto quer dizer que as más consequências das vossas palavras prejudicam também os parentes e os amigos da vítima. Portanto, nada está remediado. Deveis encontrar agora outras palavras, outros pensamentos, outras forças, que reparem os estragos. Nessa altura, sereis perdoados pela pessoa que lesastes e também pela lei que registou esses estragos. Portanto, não penseis que podeis resolver tudo com desculpas: não, a questão está encerrada para a pessoa que quer libertar-se perdoando-vos, mas não o está do ponto de vista da justiça.
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(Florinda Rosa Isabel)
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