ABAIXO O CONSUMISMO IMPORTADO! VIVA A PRODUÇÃO NACIONAL!
Para os lados de Carnaxide,
tem havido muita euforia: um grande hipermercado que se instalou há muitos
anos aqui em Portugal acabou de inaugurar mais uma superfície.
Um continente (...) tão pequeno, como é Portugal, para que precisa de
tantos estabelecimentos? É lamentável ver a destruição da saúde das pessoas,
convencendo-as a fazer tudo errado, totalmente oposto ao bom senso, à saúde,
ao trabalho não-escravo e ao valorizar da economia.
Os estabelecimentos de
engenhocas para trabalhar à bruta sem nada produzir, estão repletos de
novidades... Entretanto, os "trabalhadores" da musculatura lá vão
comprando tudo e mais alguma coisa para o seu ginásio caseiro; outros,
preferem pagar para trabalhar num ginásio profissional. Depois, junta-se a
família e vão todos comer alimentos importados...
Portugal só se equilibra se
trocar essas maquinetas por moto-cultivadoras e convencer todos os
portugueses que possuam terrenos apropriados à produção de alimentos, a
cultivá-los, se tiverem capacidades físicas para isso. Os que não conseguem
pelos seus próprios meios, deveriam ter o apoio estatal, pois este paga do
herário público, para muito preguiçoso continuar a receber subsídios vários, sem
nada produzir. Os saudáveis, poderiam ocupar-se, mediante contratos justos a
ambas as partes, a trabalhar as terras. Dar-se-ia preferência a residentes da
área, claro, para facilitar alojamento e transportes.
E deviam levar para o campo as infelizes crianças de ar murcho, tez
macilenta, tristonhas, ao invés de as levarem para dentro dos «Corredores de
Consumo Obrigatório», que dão pelo nome de Centros Comerciais… As infelizes
passam a maior parte da sua vida trancadas nos estabelecimentos de ensino e,
de lá, voltam para outra prisão, chamada Casa Paterna. Sim, prisão! Pelas
conversas diárias a que assisto nos transportes públicos, muitíssimas
crianças, mal entram em casa, ficam logo acorrentadas, algemadas, a toda a
espécie de aparelhos electrónicos e, entre umas prisões e outras, vão
algemadas aos seus telemóveis e tablets, chocando com os outros
transeuntes e, algumas, já arriscam a vida a experimentar selfies
em locais perigosíssimos…
O Homem desligou-se totalmente
da Fonte Divina. Os rios jamais deveriam ter sofrido amputações, a natureza
quer-se livre, seguir o seu curso, apenas. A produção de energia já poderia
ter sido, desde há muitos séculos, uma realidade com a energia solar.
As barragens assassinaram os rios! Recordo, ainda não há muitos anos, que
se cultivava à beira dos rios e se regava deles. Eram os chamados nateiros.
Eram imensamente férteis e muito produtivos. No Inverno, quando os rios
levavam muita água, cobriam esses nateiros, fertilizando-os. Quando as águas
baixavam, no início da Primavera, os camponeses iam cultivar e regar
desse rio. E tudo era abundância!
Mas a ganância do bicho-homem começou a interferir com aquilo em
que não devia tocar, pois o livre-arbítrio não foi só concedido a si, mas a
tudo que vive. E um rio devia considerar-se um ser vivo, que, ao nascer,
escolheu os locais por onde descer, sem empecilhos! .E todos seriam
felizes, os peixes não seriam impedidos de nadar até onde quisessem, pois não
encontrariam as barragens pela frente. Quem não possuía nateiros e
tinha as suas propriedades agrícolas com poços, minas ou ribeiros
junto, lá arranjava a forma de cultivar. Entretanto, com o avançar da idade
(os filhos constituíram família nas grandes cidades), ficaram sós e com
poucas forças, foram canalizando a água por baixo do chão até aos
quintais junto das suas residências, e aí começaram a cultivar em menos
terreno e utilizando adubo químico e pesticidas. Preciso dizer para
este veneno escorre?
Veio o falso progresso. Os
parques de campismo junto dos rios. As competições de motonáutica
destroem o plancto_ principal alimento do peixe. Sobre a indústria e as
suiniculturas, já se sabe que o que lhes entra por um lado tem de sair pelo
outro... E para onde vai? Pois!...
Algumas máquinas de lavar roupa poderiam estar a escoar para um local
que, depois, suas águas servissem para transportar para os sanitários.
É certo que nem todas as pessoas têm condições físicas para transportar essa
água, mas as que tivessem, poderiam fazê-lo. No entanto, a maioria não pensa
em termos ecológicos e de economia, quer o seu bem-estar, puxar a corrente ou
o rodar o botão...
Vieram as máquinas de lavar louça. Mas os pratos gostam de
promiscuidade, vão esperando uns pelos outros, para que a sua
"banheira" eléctrica seja ligada e dê banhoca a eles todos...
O Homem está a destruir o
futuro daqueles para os quais tanto sacrifício faz, tanto trabalha, fazendo
deles órfãos de pais vivos. Trabalhar muito para comprar muito, consumir
muito, pois, até nos mídia, vem a grande notícia: «Muita esperança no
aumento do consumo!»
Claro, assim que o homem adquire algo, a ganância, a pressão do
consumismo por parte da grande indústria, o grande comércio, é logo inventada
uma forma de tornar inoperáveis as
penúltimas engenhocas. Sim, as penúltimas, porque as últimas são
aquelas que já estão a ser impingidas!
02 de Junho de 2017
Florinda Rosa Isabel
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